O Banco Central esclarece que não esteve envolvido em quaisquer actividades ilícitas relacionadas com contratos celebrados com a empresa de consultoria
O relatório do Departamento de Justiça dos EUA indica que, entre 2011 e 2017, agentes e funcionários da BCG efectuaram pagamentos de comissões com o objectivo de garantir contratos com órgãos do Governo angolano, nomeadamente o Ministério da Economia (MINEC) e o BNA.
"Não há quaisquer indícios de que o Banco Nacional de Angola tenha actuado de forma imprópria ou esteja envolvido nas acções mencionadas", afirmou um porta-voz do BNA, citado pelo Jornal de Angola.
"O Banco Nacional de Angola reafirma o seu compromisso com as melhores práticas de governação e com a integridade em todos os seus processos de contratação e execução de serviços", acrescenta.
"Através deste esquema, a consultora conseguiu garantir contratos vantajosos com o Ministério da Economia de Angola e com o Banco Nacional de Angola, o que gerou à consultora receitas totais de 22,5 milhões de dólares," segundo o Financial Times.Os subornos, que variavam entre 20% e 35% do valor dos contratos acordados, foram pagos a um agente externo com fortes ligações às autoridades angolanas. O Departamento de Justiça dos EUA revelou que certos funcionários da BCG em Portugal tomaram medidas deliberadas para encobrir a verdadeira natureza dos pagamentos e do trabalho realizado pelo agente, medidas que incluíram a retroactividade de contratos e a falsificação de documentos que alegadamente justificavam os serviços prestados.Esses contratos terão gerado um lucro de 14,4 milhões de dólares, mas, como parte do acordo com as autoridades norte-americanas, a consultora comprometeu-se a devolver o montante total dos lucros obtidos com os contratos em Angola.
O BNA, citado pelo Jornal de Angola (JA), sublinha que "todos os contratos firmados com a BCG seguiram os procedimentos rigorosos de conformidade exigidos pela instituição, e que não houve nenhuma comunicação ou prática que violasse as normas legais e éticas estabelecidas pelo Banco".
"Este episódio reforça a importância de mantermos elevados padrões de conformidade e transparência. Continuaremos a trabalhar para assegurar que todas as nossas operações estejam em total alinhamento com os princípios legais e éticos", disse o porta-voz do?BNA, citado pelo JÁ, que acrescenta que o BNA manifesta a sua disponibilidade para colaborar com as autoridades competentes e reafirma a sua postura de transparência e compromisso com a legalidade em todas as suas actividades. NJ