O Presidente da República de Angola, João Lourenço, disse hoje que não sente crispação com o ex-chefe de Estado José Eduardo dos Santos, mas aguarda que cumpra o compromisso anteriormente assumido, de deixar a liderança do partido em 2018.
Revelação foi feita num debate radiofónico promovido pela MFM sobre o estado da Nação que analisou os cem dias de governação de João Lourenço
O parlamento angolano agendou para 18 de janeiro a votação, na generalidade, da proposta de lei do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2018, o primeiro do executivo liderado por João Lourenço, que prevê um crescimento económico de 4,9%.
O analista Kaan Nazli defendeu que o Governo de Angola vai provavelmente focar-se na renegociação da dívida da companhia petrolífera nacional (Sonangol) e dos empréstimos chineses e não deve mexer nos títulos de dívida em moeda estrangeira.
A iminente subida do valor do dólar face ao kwanza, com a introdução do regime de taxa de câmbio flutuante, está a motivar a preocupação dos angolanos com a possibilidade do agravamento dos preços dos produtos da cesta básica.
A estratégia desenvolvida por José Eduardo dos Santos no sentido de travar a acção de João Lourenço através do MPLA está condenada ao fracasso. Esse fracasso resulta do facto de Angola ter uma Constituição. É esta lei fundamental do país que fundamenta juridicamente os órgãos de soberania: determina-lhes as funções, o âmbito de acção e impõe-lhes limites. Acresce que a Constituição de Angola criou uma Presidência da República “imperial”.
Os angolanos com depósitos superiores a 100 mil dólares (83 mil euros) no estrangeiro e não declarados vão ter seis meses para fazer o seu repatriamento para Angola sem serem sujeitos a qualquer investigação criminal, tributária ou cambial.
As autoridades angolanas e portuguesas estão a estudar a possibilidade de transferir para Angola o processo judicial que corre nas instituições judiciárias daquele país contra o ex-Vice-Presidente da República Manuel Vicente, revelou ontem, em Luanda, o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz.
O preço para comprar uma nota de 100 dólares norte-americano nas ruas de Luanda iniciou 2018 nos 43.000 kwanzas, cotação praticamente inalterada, apesar da iminente depreciação da moeda nacional, com a introdução do regime de taxa de câmbio flutuante.
Equipa económica do Governo explicou aos jornalistas o ajustamento fiscal e cambial. Como não se chega ao mel sem passar pelas abelhas, a implementação vai exigir alguns sacrifícios. O Expansão analisou ao pormenor o documento e enumera as medidas que terão impacto directo na vida do cidadão.