De acordo com o secretário-geral do Sindicato dos Oficiais de Justiça de Angola (SOJA), Joaquim de Brito Teixeira, um mês após a primeira fase da greve, que decorreu entre 27 de outubro e 14 de novembro, о Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos "mantém um silêncio absoluto perante o SOJA".
"Nenhuma resposta, nenhum diálogo, nenhum sinal de respeito institucional", disse hoje o responsável, referindo que a entidade patronal deu orientações para a duplicação de faltas, "totalmente seletivas, para dividir e assim melhor governar, em clara violação da lei base da função pública".
Acusou igualmente o ministério de fazer "mobilidades arbitrárias" (de funcionários) motivada pela adesão à greve referindo que a tutela "intensificou as perseguições e práticas, de intimidações" e "num passo extremo intentou uma ação judicial de providência cautelar contra o exercício de um direito constitucional".
Os oficiais de justiça de Angola reivindicam melhores condições laborais, aprovação do estatuto remuneratório e reposição de subsídios, numa greve cuja primeira fase decorreu entre 27 de outubro e 14 de novembro passado.
A segunda fase da greve decretada pelo SOJA deve decorrer entre 09 de fevereiro e 06 de março de 2026 e a terceira de julho a agosto.
Hoje, o SOJA referiu que os oficiais de justiça entram para uma semana decisiva visando uma marcha de repúdio sobre o posicionamento e comportamento da entidade patronal, realçando que a sua luta é justa.
"A nossa causa é legal e a nossa união é a nossa maior força. Se o diálogo não vier por iniciativa virá pela firmeza, pela organização e pela determinação", notou Brito Teixeira, observando que "a justiça não se constrói com perseguições, mas com dignidade e respeito".
Para o sindicalista, quando o silêncio é a resposta e o tribunal é escolhido no lugar do diálogo, "fica claro que não é o motivo que foge à solução, mas sim quem governa que recusa enfrentar as suas responsabilidades", rematou.
Durante a primeira fase da greve, o Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos disse, em comunicado, que a paralisação convocada pelo SOJA era "ilegal" e que não observou os parâmetros juridico-legais.

