A ação da PN, segundo denúncia do responsável do sindicato local, Ferraz Afonso, visou obrigar os grevistas a levantarem a greve que observam desde Julho por conta da falta de condições de trabalho.
O sindicalista acusoa a entidade patronal de ter feito recurso à justiça sem antes ouvir os trabalhadores sobre as razões da paralisação.
“Nós também temos direitos”, lembra aquele sindicalista que acusa a PN de ter invadido as instalações do acampamento mineiro na calada da noite “com tiros e bombas”.
Resposta legal, diz empresa
Entretanto, o presidente do Conselho de Gerência da SMC, Artur Gonçalves, disse à Voz da América que a PN agiu sob mandato judicial e negou que os efectivos enviados ao local tivessem usado balas reais contra os grevistas.
“Houve uso de gás lacrimogéneo e escoriações resultantes da tentativa de fuga”, admitiu.
Gonçalves acrescentou que os trabalhadores declararam uma greve sobre um caderno reivindicativo que a empresa já tinha respondido “na sua totalidade ” pelo que a paralisação “não tinha a razão de ser”.
Ele sustentou que os motivos evocados “não constavam das reivindicações anteriores”, nomeadamente , o afastamento da atual direcão da SMC.
Artur Gonçalves concluiu que o tribunal considerou ilegal a paralisação razão pela qual a PN usou os meios ao seu dispor para obrigar o cumprimento do despacho do juiz da Comarca do Cuango e “repor a lei”.
SIC não reage "ao telefone"
A SMC, inserida no projeto Cuango, é uma parceria entre a ENDIAMA, ITM e a Lumanhe, sendo designada como, Lda.
Situa-se na província da Lunda Norte e detém uma área de 3000 km de extensão na zona do rio Cuango.
A mobilização do projeto teve início em Dezembro de 2004 e a produção efetiva começou em Maio de 2005.
Contactado pela Voz da América, o diretor do Serviço de Investigação Criminal (SIC), Sandouka Tuyane Neto, negou-se a prestar quaisquer declarações "ao teleone" sobre o assunto. VOA