Os jovens ativistas angolanos, que hoje começaram a ser julgados acusados de prepararem uma rebelião, usaram a sala de audiências para manter o protesto contra o regime, escrevendo mensagens na roupa e entrando descalços no tribunal.
A sessão iniciou-se esta manhã sem a presença de representantes internacionais. A imprensa foi convidada a abandonar o julgamento esta tarde durante a audiência com os réus.
A polícia angolana carregou hoje sob alguns manifestantes que se concentraram à porta do tribunal de Benfica, nos arredores de Luanda, defendendo a libertação dos ativistas que hoje começaram a ser julgados, desacatos que provocaram pelo menos um ferido.
O julgamento dos 17 ativistas que hoje se iniciou em Luanda, constitui uma prova da independência do poder judicial em Angola, disse à Lusa a Human Rights Watch.
O ativista Luaty Beirão, um dos 17 arguidos que hoje começaram a ser julgados em Luanda acusados de atos preparatórios para uma rebelião, diz que a decisão sobre este caso está nas mãos do Presidente José Eduardo dos Santos.
No julgamento com início marcado para esta segunda-feira, a acusação usa lista de nomes discutida na rede social. Luaty seria o procurador-geral. “Uma conspiração não ocorre num debate público”, diz o advogado que lançou a discussão.
A 14.ª secção do Tribunal Provincial de Luanda, em Benfica, nos arredores da capital, deverá iniciar hoje o julgamento de 17 jovens ativistas angolanos, 15 dos quais em prisão preventiva desde junho, acusados de prepararem uma rebelião.