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Terça, 21 Abril 2015 16:29

Chefe da polícia espera "relatório completo" sobre confrontos com seita "Kalupeteca"

A polícia angolana continua a não revelar quantos civis foram mortos nos confrontos com membros da seita religiosa liderada por José Julino Kalupeteca. Segundo a UNITA, foram "centenas". Nove agentes morreram.

O caso continua envolto em secretismo. As autoridades angolanas já anunciaram que nove agentes da polícia e dos serviços secretos morreram nos confrontos de quinta-feira (16.04) na província do Huambo, mas recusam-se a revelar o número de vítimas mortais civis.

Segundo relatos não oficiais, as forças de segurança terão morto cerca de 300 pessoas durante os confrontos com fiéis da seita religiosa do "Sétimo Dia a Luz do Mundo", liderada por José Julino Kalupeteca. O maior partido da oposição angolana, a UNITA, denuncia também a morte de "centenas de cidadãos angolanos". As informações carecem ainda de confirmação.

Ambrósio de Lemos, Comandante-Geral da Polícia Nacional angolana, está à espera de um relatório da corporação no terreno.

"Estamos ainda a enterrar os nossos agentes no Huambo, vamos enterrar um aqui em Luanda, e ainda não me inteirei", disse Ambrósio de Lemos em exclusivo à DW África esta segunda-feira. "A equipa toda está a trabalhar com o governo provincial, portanto ainda me chegou o relatório completo."

MPLA culpa "outras forças"

Os confrontos ocorreram na localidade de São Pedro Sumé, a cerca de 40 quilómetros da cidade do Huambo. Em comunicado, o partido no poder, o MPLA, acusou "outras forças" de estarem por detrás do incidente – forças que prenderiam criar "condições para um retorno a situações de perturbação generalizada".

Em resposta, a direção da UNITA rejeitou, também em comunicado, qualquer tentativa de associação à referida seita, classificando as acusações de "irresponsáveis" e "imbuídas de má-fé". Por outro lado, o partido salienta que a seita do "Sétimo Dia a Luz do Mundo" funcionava ilegalmente "com o beneplácito das autoridades locais com quem desenvolveu, desde 2011, laços privilegiados ao abrigo dos quais o cidadão Kalupeteca beneficiou de bens materiais e espaços de intervenção nos órgãos de comunicação social públicos."

O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, disse, entretanto, que a seita religiosa é uma ameaça à paz nacional.

O líder da seita, José Julino Kalupeteca, de 52 anos, foi detido pela polícia nacional. No entanto, membros da sociedade civil continuam a pedir mais esclarecimentos.

DW Africa

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