Em declarações à imprensa, o porta-voz da Polícia Nacional, subcomissário Mateus Rodrigues, disse que foram registados, desde as primeiras horas de hoje, atos de vandalismo, que provocaram alteração da ordem e tranquilidade pública em alguns pontos da província.
Na apresentação pública “de repúdio” destas práticas, Mateus Rodrigues disse que foram realizados atos de invasões a estabelecimentos comerciais e outros, que a Polícia desencoraja “vivamente”.
“Queremos desde já apelar aos cidadãos que estão envolvidos neste tipo de práticas para que parem com este comportamento”, disse, sublinhando que a Polícia está a recorrer a todos os seus meios e homens para repor a legalidade. “Todos os homens e meios de que a Polícia dispõe estão nas ruas para garantir que voltemos à tranquilidade.
Neste momento, já foram realizadas várias detenções, estes indivíduos detidos serão conduzidos aos órgãos de justiça, para que possam ser responsabilizados”, referiu.
“Mais uma vez queremos reiterar o nosso repúdio a esses atos, a nossa reprovação pública a esses atos, alertar aos cidadãos que estão envolvidos nestas práticas para que parem e assegurar os cidadãos de bem que tudo está a ser feito para que a situação volte ao normal nas próximas horas”, acrescentou.
Questionado sobre imagens que circulam nas redes sociais de pessoas supostamente feridas nestes atos, Mateus Rodrigues repetiu que as forças estão no terreno, a garantir que a situação volte à normalidade.
“Este caso em concreto de um cidadão que estava estatelado no chão sem poder ser socorrido já está solucionado, já foi possível socorrer o cidadão, agora não conseguimos passar a informação sobre qual é o estado de saúde do cidadão, mas dizer que cada vez mais a situação está a voltar à normalidade em função da ação das nossas forças que estão nas ruas”, salientou, avançado não ser possível, por agora, indicar o número de detidos, “porque as ações ainda decorrem”.
Mateus Rodrigues enfatizou a necessidade de se separar o que está a ocorrer hoje, que, disse, nada tem a ver com um ato pacífico. “Uma coisa é uma paralisação, que é um ato altamente pacífico, e outra coisa são os atos que nós estamos a verificar.
Estamos a verificar verdadeiros atos de vandalismo com roubos, destruição de bens públicos, então, isso não podemos dizer que isso é paralisação”, destacou, rejeitando que haja uma situação fora do controlo da Polícia. Até quarta-feira, último dia da paralisação, a Polícia vai elevar as medidas “sempre que o nível de ameaça assim o ditar”, frisou.
No início deste mês, o preço do gasóleo passou de 300 para 400 kwanzas por litro (0,28 para 0,37 euros), no âmbito da retirada gradual pelo Governo do subsídio aos combustíveis, iniciada em 2023, levando a um reajuste das tarifas dos transportes públicos.
Face à subida do preço do gasóleo, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) passou de 200 (0,19 euros) para 300 kwanzas (0,28 euros) o preço do serviço de táxis coletivos (transporte ocasional de passageiros) e de 150 (0,13 euros) para 200 kwanzas a tarifa do serviço de autocarros urbanos.
Os taxistas sublinham que se passaram mais de 15 dias sem o Governo “ouvir o grito de socorro dos taxistas”, por isso decidiram, “as Associações e Cooperativas de taxistas ANATA, ATA, CTMF, ATLA, CTCS, 2PN, AB-TAXI” paralisar os serviços de táxi nos dias 28,29 e 30 deste mês.
Nas primeiras horas de hoje registaram-se enchentes nas paragens de táxis, em vários pontos da província, com muitos vídeos a circularem nas redes sociais dando conta da situação, dos atos de vandalismo em lojas, autocarros apedrejados, barricadas nas estradas, pneus a arderem.