De acordo com um comunicado do GPL, os acontecimentos registados foram caracterizados “por distúrbios e atos de vandalismo associados à paralisação forçada da atividade de táxi”.
Segundo o governo da província de Luanda, capital de Angola, “as principais associações e cooperativas de táxi, que inicialmente haviam anunciado uma greve, cancelaram oficialmente a paralisação durante o fim de semana, no quadro de um esforço de diálogo com as autoridades, com vista à resolução dos pontos de reivindicação apresentados”.
“Contudo, nas últimas horas, grupos de indivíduos não identificados e sem legitimidade representativa da classe dos taxistas voltaram a convocar ações de paralisação, promovendo atos de intimidação e violência, com agressões a viaturas que circulam pela via pública – incluindo aquelas que não prestam serviço de táxi”, refere no comunicado.
Estes atos “de vandalismo, agressões a trabalhadores, destruição de bens públicos e privados, assim como qualquer coação sobre cidadãos que desejam exercer livremente as suas atividades”, foram condenados “com veemência” pelo GPL.
“Reiteramos que a proteção da vida, da liberdade e da integridade física e patrimonial das pessoas constitui uma prioridade do Estado, motivo pelo qual as forças da ordem pública se encontram ativamente no terreno, com o objetivo de restabelecer a ordem e garantir a segurança de todos os cidadãos”, sublinha o GPL na sua nota.
À população de Luanda, em particular aos operadores de táxi e demais profissionais dos transportes, o GPL apelou “para que mantenham a serenidade, o civismo e a confiança nas instituições públicas, evitando a adesão a ações de caráter violento e destrutivo”.
No documento, o GPL realça que “estão em curso investigações para a identificação dos autores e instigadores destes atos criminosos, os quais deverão ser responsabilizados nos termos da lei”.
No início deste mês, o preço do gasóleo passou de 300 para 400 kwanzas por litro (0,28 para 0,37 euros), no âmbito da retirada gradual pelo Governo do subsídio aos combustíveis, iniciada em 2023, levando a um reajuste das tarifas dos transportes públicos.
Face à subida do preço do gasóleo, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) passou de 200 (0,19 euros) para 300 kwanzas (0,28 euros) o preço do serviço de táxis coletivos (transporte ocasional de passageiros) e de 150 (0,13 euros) para 200 kwanzas a tarifa do serviço de autocarros urbanos.
Os taxistas sublinham que se passaram mais de 15 dias sem o Governo “ouvir o grito de socorro dos taxistas”, por isso decidiram, “as Associações e Cooperativas de taxistas ANATA, ATA, CTMF, ATLA, CTCS, 2PN, AB-TAXI” paralisar os serviços de táxi nos dias 28,29 e 30 deste mês.
Nas primeiras horas de hoje registaram-se enchentes nas paragens de táxis, em vários pontos da província, com muitos vídeos a circularem nas redes sociais dando conta da situação, dos atos de vandalismo em lojas, autocarros apedrejados, barricadas nas estradas, pneus a arderem.
A direção de um dos estabelecimentos comerciais saqueados esta manhã anunciou já o encerramento temporário das suas lojas em Luanda.