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Sábado, 07 Agosto 2021 09:04

Direcção do Hospital Divina resiste à segunda greve dos trabalhadores

A direcção do Hospital DivinaProvidência, em Luanda, não deu solução aos problemas que afectam e levaram à segunda fase de greve os trabalhadores da referida Unidade Hospitalar, duas semanas depois de ter sido decretada.

Segundo apurou Angola24Horas nesta sexta-feira, 06 de Agosto, a 2ª fase da greve que decorreu desde o dia 26 de julho passsdo, poderá ser prolongada, pelo facto de a direcção não ter respondido às exigências do sindicato dos trabalhadores.

Para este informativo, um funcionário geralmente bem informado, adiantou que a direcção está a resistir à greve, pelo que o sindicato também não se vai render até que se concretize a destituição.

"Neste intervalo, houve duas negociações, uma entre a direcção do Hospital e a obra e outra com o sindicato mas não deram em nada", disse.

Refira-se que, os médicos, enfermeiros e trabalhadores de outras áreas no Hospital Divina, entraram na 2ª fase da greve, a 26 de julho, motivados pelo alegedo incumprimento, por parte da entidade empregadora, dos pontos acordados durante a reunião realizada a 4 de Março do ano em curso.

Na altura, o coordenador do sindicato, Hermenegildo Carlos, numa entrevista concedida ao Angola24Horas, disse que está em causa o não cumprimento ao disposto no caderno reivindicativo, com pontos que conformam as principais preocupações destes.

A referida greve, decretada no dia 23 de julho, teve como base o respeito e cumprimento dos acordos, o fim da discriminação e retaliação aos membros do sindicato e também exigir a destituição da direcção do Hospital, este último por pouca seriedade nos assuntos levantados aquando da entrega do caderno reivindicativo.

"Este cenário todo, está gerar um clima tenso nesta unidade hospitalar entre os funcionários e a direcção, cuja intervenção serviu para acudir uma situação que já se arrastava há alguns anos, com a antiga direção, porém esta não faz diferente. Única solução que vimos é pedir a destituição da direcção para voltarmos a prestar um atendimento humanizado", disse Hermenegildo.

No caderno reivindicativo, constam entre outras preocupações a igualdade salarial, cuja actualização feita em 2016, deixou trabalhadores que correspondem a 50% do contrato interno, fora deste aumento que a função pública beneficiou.

Um outro ponto, tem que ver com a alimentação, visto que após estes reclamarem de melhores condições no refeitório, este lhes foi retirado de imediato, para além da questão discriminação e retaliação a que são vítimas, havendo até funcionários que há 15 anos nunca foram promovidos.

"O nosso hospital é muito burocrático, os pacientes permanecem muito tempo cá no hospital e a direcção não usa mecanismos para mudar o quadro" denunciou acrescentando que pela sensibilidade e responsabilidade social, tiveram que salvaguardar alguns serviços enquanto decorre a greve.

Hermenegildo Carlos, disse que os serviços de internamento na pediatria, medicina, tuberculose e mal nutrição estariam a funcionar, a área do oxigénio, a lavandaria e limpeza igualmente, recordando que todos os serviços naquele hospital são pagos.

"O sindicato sempre esteve aberto para negociar. Se a direcção cumprir com as nossas reivindicações podermos cortar a greve antes da data prevista. A direcção propôs um aumento salarial de 1%, o que não teve nossa aceitação", revelou, adiantando que até o director provincial da saúde já esteve reunido com a direcção, porém esta voltou a violar os princípios. "Aí a necessidade de pedirmos a destituição".

Na ocasião, o Administrador hospital, Daniel Gobo, disse que a direcção está ciente dos actos bem como das reivindicações dos trabalhadores, acrescentando que estão a ver mecanismos para a resolução deste caso, o que não aconteceu.

"Estamos a ver mecanismos para resolver este problema. Agora, isto não depende só da direcção, tem outras partes envolvidas", considerou Daniel Gobo.

Vale referir que, o Hospital Divina Providência, controla um total de cerca de 450 trabalhadores, dos quais 50% são do regime de contrato interno.

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