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Sexta, 12 Março 2021 17:58

IURD reabre os templos este domingo em todo país e ala angolana é a única interlocutora do Estado

A Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), vai reabrir aos seus fiéis os templos a nível nacional, após alguns meses encerrados, devido aos inúmeros problemas que envolvem vários membros da mesma congregação religiosa.

Segundo uma nota de imprensa enviada para Angola24Horas, a direcção da IURD comunica a todos fiéis, obreiros, pastores e o público em geral que a reabertura dos templos e realização de um culto de acção de graças acontecem no próximo domingo dia 14 de Março, nos horários habituais.

Em Luanda, por exemplo, os cultos terão lugar nas catedrais de Viana, Morro Bento, Patriótica, Benfica e Camama, as 06, 08, 10, 11, 15 e 18 horas, respectivamente.

Em nota, a IURD avança ainda que, as actividades poderão decorrer no igual período a Luanda, nas províncias da Huíla, na Catedral do Lubango;

Neste sentido, a igreja em referência reitera o convite aos membros, obreiros, pastores, bispos e amigos desta congregação religiosa, a fim de juntos partilharem este dia, num espírito de irmandade e reconciliação.

Por último, recomenda o uso de máscaras bem como a observação dos meios de biossegurança, respeitadas desde o início da pandemia da Covid -19 em Angola e no mundo.

Direção angolana da IURD é a interlocutora do Estado - ministro

O ministro da Cultura, Turismo e Ambiente de Angola, Jomo Fortunato, afirmou à televisão pública que a nova direção local da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) é a interlocutora formal do Estado, exortando os contestatários a aceitarem a decisão.

“Quem não se revê nessa direção tem de optar pelo diálogo e pela reconciliação”, afirmou Jomo Fortunato, numa entrevista quinta-feira à noite à Televisão Pública Angolana (TPA).

Para o governo, “já não há conflito” no seio da IURD depois da eleição, pela ala angolana, do bispo Valente Bizerra Luís, no início de fevereiro, pondo fim à comissão de reforma, em funções desde novembro de 2020.

A legitimidade desta assembleia-geral tem sido contestada pela anterior direção da IURD Angola, afeta à hierarquia brasileira, da qual saiu a ala dissidente que foi agora legitimada. Segundo a ala original da IURD Angola, a liderança da igreja originariamente criada no Brasil é representada no país africano pelo angolano António Miguel Ferraz, na qualidade de vice-presidente do conselho de direção.

Contudo, segundo o ministro angolano da Cultura, a assembleia-geral extraordinária que elegeu Valente Bizerra Luís foi realizada com base nos estatutos da IURD e, do ponto de vista legal, o resultado foi confirmado pelo Instituto Nacional dos Assuntos Religiosos (INAR).

A crise na IURD em Angola resulta de divergências entre pastores e bispos angolanos e brasileiros sobre a gestão dessa instituição e queixas de humilhações, discriminação e crimes económicos.

Após meses de conflitos e convulsões internas, a IURD em Angola cindiu-se, tendo a ala dissidente (angolana) criado uma Comissão de Reforma, em divergência com a direção brasileira, que agora diz estar legitimada numa nova IURD de Angola.

A Procuradoria-Geral da República de Angola apreendeu e mandou encerrar, no ano passado, as catedrais da IURD em várias províncias angolanas pela alegada prática dos crimes de associação criminosa, fraude fiscal, exportação ilícita de capitais e outros ilícitos de natureza análoga, na sequência da disputa entre os dissidentes da ala angolana e os pastores brasileiros da igreja fundada por Edir Macedo.

Na quinta-feira, o governo angolano promoveu uma conferência sobre o diálogo inter-eclesial.

“Nós pretendemos, com essa conferência, congregar as igrejas, as várias confissões religiosas, numa plataforma comum no seu diálogo com o Estado”, justificou o ministro, recordando que “a história cultural de Angola também passa pelas igrejas angolanas”.

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