Quarta, 22 de Mai de 2024
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A democracia sendo o poder das massas, representação popular, garantia dos direitos e das liberdades fundamentais, é normal fazer menção à disputa pelo poder de Estado por parte de várias forças políticas, mas em Angola todo jogo político e estratégico é dominado pelo MPLA e pela UNITA, e por não haver alterações significativas na Administração do Estado, praticamente a 50 anos, muito se tem falado sobre uma “Terceira Via”, o que é legítimo em Democracia, sobretudo nas democracias consolidadas, onde há vários partidos fortes concorrendo pelo poder político.

Sábado, 27 Abril 2024 12:36

‘Elefante na sala’ do MPLA

Na segunda semana deste mês, uma interpelação a Filipe Nyusi, numa reunião partidária, agitou o espaço mediático e político, em Moçambique com repercussões em Angola.

Está em curso, na África, a construção de uma imponente via férrea que corta o interior da África e termina no Oceano Atlântico, o Corredor do Lobito. Este projeto de magnitude internacional envolve, além de Angola, a República Democrática do Congo e a Zâmbia. Seu objetivo é o transporte de minérios até o porto de Lobito para o seu destinatário final – a Águia do Império, ou melhor, aos seus chacais, às suas grandes corporações.

Numa sociedade onde as carências estão expressivamente expostas, a maioria dos gestores municipais e candidatos ao pleito eleitoral vem buscando evidência, palco, tributos e triunfos. E, como estamos numa era de busca pela intensiva satisfação pessoal, instantânea e de rápido consumo, sem a garantia e a consistência necessária, observamos a pouca ou nenhuma atenção para temas essenciais diante das necessidades dos eleitores.

Está visível o esforço do regime em forçar um 3º mandato para JLO. Mesmo depois das experiências positivas e negativas recentes e actuais do Gabão, Senegal e Moçambique (Frelimo).

Por anos a fio, este espaço foi incansável nos alertas a João Lourenço para os riscos da diplomacia truculenta na abordagem do sensível dossier chinês. E os avisos sempre foram fundamentados conforme a crueldade dos factos.

Fui desafiado a produzir um artigo com este tema e julgo ser possível comparando e relacionando a doutrina de seguro sobre o produto funerário à filosofia antropológica bantu.

A pesar do aparente controlo absoluto que mantém sobre o partido-Estado, João Lourenço já se encontra no percurso da mais apertada curva na gestão do poder. As certezas anteriores sobre o futuro imediato do partido e sobre o seu próprio futuro dão lugar agora a um mar de dúvidas e angústia.

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