Quarta, 20 de Agosto de 2025
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Angola tem uma qualidade ímpar em nosso planeta – ser governada por um presidente que tem soluções e receitas para absolutamente tudo, capaz ainda de resolver problemas de diversos países e aconselhar até mesmo chefes de Estado de outros países, ao menos de acordo com a imprensa pública, todavia, os factos que tiveram lugar neste fim de semana mostraram uma realidade diferente.

Era uma vez um certo homem chamado Joãozinho. Não era um Joãozinho qualquer, era um Joãozinho que, por ironia do destino, sentiu o cheiro adocicado do cadeirão máximo do reinado.

 Para a sua sobrevivência, os regimes autoritários fazem do medo uma arma política, instrumento indispensável e incontornável no controle e repressão da sociedade.

Parece que há uma nova moda no Palácio do Povo: culpar a UNITA por tudo. Falhou a energia? A culpa é da UNITA. Subiu o preço do pão? UNITA. Está a chover onde não devia? Claramente, sabotagem da UNITA.

A luta política em Angola entrou claramente numa nova fase e talvez numa das mais significativas desde o fim do conflito armado. Não se trata mais apenas da tradicional dicotomia MPLA vs UNITA, muito menos de disputas entre siglas ou lideranças.

Enquanto tanto Agostinho Neto (AN) como JES, silenciaram a questão da sua sucessão, no caso deste último, até à véspera das eleições de 2017, vemos JLO muito preocupado com quem o virá a suceder na PR.No caso de AN, o comportamento estava mais ou menos bem enquadrado. Estávamos no constitucional e historicamente tempo do partido (único)/ Estado, do uma só nação e um só líder, enquanto estivesse vivo.

O ataque de Ventura contra JLO, chamando o Presidente de “ditador e sanguinário”, mostra que os portugueses precisam de se desfazer da atitude paternalista e de excepcionalidade europeia.

Recentemente, tem se passado discussões acaloradas em Angola acerca da saída do país da OPEP. Rafael Savimbi, o secretário para os Assuntos Internacionais da UNITA, afirmou que isto foi um erro. O ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás de Angola, Diamantino Azevedo, discordou dele.

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