"Procurar uma nova emissão agora, quando a confiança está em alta, pode permitir a Angola ter menores taxas de juro, mas isso vai aumentar ao peso do serviço da dívida a médio prazo, e tem de ser cuidadosamente gerida para evitar problemas de pagamento", alertam os economistas da unidade de análise da revista britânica 'The Economist'.
Num comentário à intenção de Angola emitir 2 mil milhões de dólares de nova dívida, enviada aos clientes e a que a Lusa teve acesso, os analistas dizem o objetivo "não é isento de risco" devido à incerteza global, tensões políticas dentro da Europa e entre os Estados Unidos e a China, e o "declínio dos preços do petróleo, para além de um reduzido apetite pela dívida dos mercados emergentes".
Ainda assim, as taxas de juros mais baixas sobre a última emissão de dívida "são um sinal positivo sobre a confiança dos investidores internacionais em Angola no seguimento do acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e sobre a agenda de reformas do Presidente João Lourenço".
Angola já angariou 5,4 mil milhões de dólares nos últimos meses, depois de ter emitido 1,75 mil milhões de dólares a 30 anos e 1,25 mil milhões a dez anos, em maio de 2018, que se seguiram à primeira emissão de dívida internacional de Angola, em 2015, no valor de 1,5 mil milhões de dólares, lembra a EIU.
No total, o plano de endividamento para este ano prevê empréstimos de 12,3 mil milhões de dólares, o que elevaria o rácio da dívida sobre o PIB para os 61% no final do ano, "o que é elevado, mas em linha com os limites do FMI", escreve a EIU.