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Terça, 19 Julho 2016 21:43

Estudo revela que 60% dos angolanos vivem com menos de dois dólares diários

Dados são do relatório económico e social do Centro de Investigação da Universidade Católica de Angola.

Os relatório económico e social do Centro de Investigação da Universidade Católica de Angola (CEIC) conclui que a economia do país sofreu uma desaceleração estrutural e como consequência as condições sociais dos angolanos agravaram-se nos últimos dois anos.

Alves da Rocha, investigador e professor da Universidade Católica de Angola, apresentou o relatório, referindo que o declínio da economia angolana começou em 2015.

O investigador disse ainda que quase 60% da população vive com menos de dois dólares por dia e onde a cesta básica para uma semana custa 50 dólares e o cenário não tem previsão de melhoria.

O petróleo representa cerca de 95% das exportações, 75% das receitas fiscais e 50% do PIB. Sendo um dos grandes produtores de petróleo do mundo, Angola investiu pouco em outras áreas, como a agricultura. Daí que a queda do preço do petróleo tenha um efeito dominó tão acentuado na economia angolana. Não é a primeira vez que isto acontece, lembram investigador. 

O primeiro choque resultante da variação do preço do petróleo aconteceu ainda durante a guerra civil, em 1998, lembra Manuel Alves da Rocha. O segundo choque aconteceu em 2008 e 2009, altura em que a queda do preço do petróleo foi consequência da crise internacional. Na altura, o Fundo Monetário Internacional foi chamado a intervir.

Neste terceiro choque, ainda é incerto o que vai acontecer, lembra Alves da Rocha, que não acredita que a queda seja passageira. “Se nada acontecer no mercado internacional do petróleo, as coisas vão ficar complicadas para a economia angolana”, prevê, lembrando que o Governo reviu em baixa o investimento público, o segundo factor de crescimento do país, depois das exportações de petróleo. Mas “mesmo assim o orçamento ainda vai apresentar um défice significativo”.

O vice-presidente da UNITA, Raúl Danda, presente na apresentação, comentou que "as coisas tendem a agravar-se ainda mais".

''Estamos perante um quadro sombrio por culpa de quem dirige o país'', acrescentou Danda.

Por outro lado, Gildo José reconheceu que a situação social actual tem como causa a redução do crescimento económico.

''Qualquer desequilíbrio na macro-economia influencia a situação social que vivemos hoje'', reforçou Gildo José.

O relatório social do CEIC concluiu também que houve um agravamento considerável das condições sociais dos angolanos e um défice de participação democrática.

© Voanews

 

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