Sindicatos dizem-se disponíveis para voltar à mesa das negociações, mas garantem que se se não houver avanços por parte do Governo, o País vai registar uma segunda fase da greve geral no próximo mês. Nas ruas as "batas brancas" já dão o ar da sua graça, sinal de regresso às aulas, depois de os professores terem aderido à greve a 100 por cento.
Sinal positivo também se verifica nos sectores da justiça e da saúde, onde os postos de identificação, conservatórias e notários, assim como as lojas de registo, estão já a funcionar com normalidade.
O mesmo se passa com as unidades de saúde, que estão também a funcionar a 100%.
A prevenção feita pelos comandos províncias da Polícia Nacional, que estiveram em prontidão durante o período da greve, terminou na passada sexta-feira, tão logo se deu o fim da greve pelas centras sindicais.
O Executivo, através do Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social (MAPTSS), diz estar aberto ao diálogo, mas ainda não chamou as centrais sindicais para tentar chegar a um acordo.
Em comunicado, os sindicatos saudaram a adesão maciça dos trabalhadores à greve geral, o seu êxito, e, de modo particular, os três sindicalistas da província do Huambo, detidos no primeiro dia da greve "e levados a tribunal arbitrariamente", onde foram absolvidos pela justiça.
As centrais sindicais salientaram que não vão aceitar medidas disciplinares contra os trabalhadores que aderiram à greve geral, incluindo descontos salariais, emolumentares e de férias, porque foram "os únicos que manifestaram vontade de encontrar soluções à mesa das negociações".
Entretanto, as centrais sindicais declararam-se disponíveis para continuar a negociar com o Governo.
O Ministério da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social disse ter resolvido 80 por cento das revindicações do caderno reivindicativo das centrais sindicais, mas estas, por sua vez, refutam as afirmações do MAPTSS, salientado não serem verdadeiras.
Já o MPLA, partido no Governo, apelou às partes para continuarem com as negociações e evitar a greve.
Esteves Hilário, porta-voz do MPLA, disse que o seu partido está confiante num acordo entre o Executivo e as centrais sindicais na resolução da problemática à volta do salário mínimo nacional. NJ