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Quarta, 27 Novembro 2013 14:27

Funeral de Hilberto Ganga morto pela UGP termina sem incidentes de maior

As cerimónias fúnebres do dirigente da oposição morto pela guarda presidencial angolana na madrugada de sábado já terminaram, num cemitério de Luanda, sem registo de incidentes de maior.

O funeral de Manuel Hilberto Ganga, única vítima mortal dos protestos antigovernamentais de sábado, realizou-se depois de a polícia ter feito um acordo com as centenas de participantes, no sentido de não realizarem a pé o percurso até ao cemitério.

A marcha, que saiu às 10:00 (09:00 de Lisboa) do quartel-general dos bombeiros da capital angolana, foi interrompida pela polícia, percorrido apenas um quilómetro, a que se seguiu um impasse de hora e meia. As forças de segurança, que mobilizaram para o local cerca de 30 agentes da Polícia de Intervenção Rápida e dois carros com canhões de água, alegaram que não tinham autorização para deixar passar uma marcha apeada.

Os participantes na marcha acederam a continuar até ao cemitério de Santana sem ser a pé, à exceção de Abel Chivukuvuku, presidente da Convergência Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE), segundo partido da oposição, que foi também o único a tomar a palavra durante as cerimónias fúnebres.

Em nome da CASA-CE, Abel Chivukuvuku leu uma mensagem de louvor a Manuel Hilberto Ganga, destacando "o empenho e a dedicação" do dirigente da organização juvenil da coligação política, morto no sábado por efetivos da guarda presidencial angolana.

Oito militantes da CASA-CE foram surpreendidos por efetivos da Unidade de Guarda Presidencial a colar cartazes contra o rapto e presumível homicídio de dois ex-militares, há cerca de ano e meio, em Luanda.

Segundo a polícia, Manuel Hilberto Ganga foi abatido com um tiro quando tentou pôr-se em fuga, na sequência de uma ordem de detenção, quando surpreendido, juntamente com outros elementos da CASA-CE, a violar o perímetro de segurança da Presidência da República.

A chegada da urna com os restos mortais de Manuel Hilberto Ganga foi aproveitada por parte significativa dos participantes para gritar palavras de ordem contra o regime e o presidente José Eduardo dos Santos.

Já no cemitério, o único incidente registado envolveu uma equipa de reportagem da Televisão Pública de Angola (TPA), que alguns dos jovens presentes impediram de trabalhar, acusando-a de estar ao serviço do regime e de não dar espaço à oposição, e obrigando-a a abandonar o local.

LUSA

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