Camalata Numa referiu-se a supostas reuniões secretas de altos dirigentes “dos maninhos”, cujo objectivo é de refinarem teses reacionárias com o intuito da “recondução para amadurecer a sucessão”. “Numa é radical e um militarista que vai trazer guerra. Da mesma forma como o MPLA me tem rotulado durante estes anos”, lêse no texto publicado pelo político. O alto dirigente da UNITA queixou- se também de terem sido colocados nas estruturas da organização do XIII Congresso de Novembro próximo quadros implicados nos desvios de fundos do partido e os que estão em conluio com o MPLA. Camalata Numa, contactado por este jornal, confirmou e diz manter as suas afirmações anteriores.
Membros da direcção da UNITA pediram esta semana maior ponderação aos potenciais candidatos à liderança do partido em relação aos pronunciamentos que têm sido feitos na imprensa e nas redes sociais, soube OPAÍS de fonte daquele partido. A decisão surge numa altura em que um alto dirigente do ´Galo Negro se queixou publicamente de perseguisão e de inrregularidade junto da comissão organizadora do Congresso.
A mesma fonte acrescentou que a medida visa evitar o “agitar das águas” antes do período de apresentação oficial das candidaturas. “Precisamos de realizar o Congresso com tranqüilidade e serenidade, num ambiente de paz que poderá definir o futuro do nosso partido”, explicou a fonte, como tendo sido esse o argumento apresentado pela liderança do partido.
Comissão organizadora do Congresso
Por sua vez, o porta-voz da comissão organizadora do Congresso desclassificou a informação segundo a qual terá sido solicitada alguma ponderação, argumentando não ter razão de ser, uma vez que existem apenas intenções e não candidatos oficiais. Rúben Sicato acrescentou que a apresentação de candidaturas oficiais estará aberta entre os dias 16 e 30 deste mês. Em relação aos pronunciamentos de Camalata Numa, Sikato disse desconhecer o seu conteúdo e em que contexto terá sido divulgado. Rúben Sicato esclareceu que, independemente de existir um porta- voz, os militantes são livres de emitirem opiniões enquanto cidadãos. Quanto à alegada perseguição contra o general na reserva Abílio Camalata Numa, explicou que existe uma comissão nacional de jurisdição onde pudesse recorrer caso se tenha prova disso, ou então apresentar queixa aos tribunais, caso sejam assuntos graves. OPAÍS