Quinta, 28 de Março de 2024
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Sexta, 08 Setembro 2017 21:56

O Presidente e a Legitimidade Popular

A 21 de Setembro teremos um novo presidente, depois de 38 anos de José Eduardo dos Santos. A Comissão Nacional Eleitoral, sem o apuramento legal dos votos em 15 das 18 províncias, já certificou João Lourenço como presidente-eleito. O MPLA vai continuar a governar, mantendo-se 47 anos no poder. Quem acha que a lei tem algum valor quando estão em jogo os interesses dos mandantes do MPLA, desengane-se.

Por Rafael Marques de Morais

Sexta, 08 Setembro 2017 18:04

A narrativa é dizer não ao medo

Pateticamente João Melo veio agora a tentar atirar areia para os olhos dos angolanos menos atentos, afirmando, que a narrativa da fraude eleitoral começou a ser ventilada a 1 ano. Ainda bem que assim foi, porém, o articulista e fiel escudeiro da verdade insípida no regime, não conseguirá por mais tempo ludibriar o povo sofrido. O povo está atento e não mais partilha da ideia que somente o MPLA nasceu com sabedoria para governar.

Por Raúl Diniz

Para salvar a pele do seu chefe ditador, José Eduardo dos Santos/seus filhos, (JES), o candidato do movimento popular de libertação de Angola (MPLA), João Manuel Gonçalves Lourenço, (JLo) pretende jogar no caixote do lixo, o voto da maioria do eleitorado que aos 23 de agosto último depositaram o seu voto nas urnas em Angola, a favor da mudança do Status Quo.

Por Orlando Fonseca

Sexta, 08 Setembro 2017 18:04

Amigos de armas Vs Amigos Da Paz

 

Arrastados pelo turbilhão de épocas remotas enfeitiçadas pela guerra, informados de modo unilateral de que a guerra é a única espingarda capaz de fazer o poder num facto, sem percepção quanto às grandes transformações que já se realizaram ou se começam a realizar através da paz e sem vislumbre do futuro que já se está a configurar num amanhã verdadeiramente risonho, desencaminhado o povo vítima de quase tudo quanto os senhores de armas pensam,  fazem refém a opinião pública, o desejo público e a vontade pública que se fez expressa de forma clara nas urnas, andam no significado por eles atribuído à expressão da guerra como arma opressora e a única com valor dos juízos que formam para chegar à cadeira da cidade alta.

Por João Henrique Hungulo

Sexta, 08 Setembro 2017 17:48

E agora que pode fazer a UNITA e a CASA-CE?

“Lamentavelmente, algumas forças políticas, por sinal as mesmas que num passado mais ou menos longínquo, já diziam e eu cito “que as eleições só são válidas quando são ganhas por nós”, no caso eles, quiseram mais uma vez manchar e estragar a festa do povo, começando por procurar descredibilizar o trabalho de todos”.

Esta, entre outras, afirmação bélica e de claro acerto de contas foi feita, como refere o Artigo 109 da Constituição,  pelo o cabeça de lista, pelo círculo nacional, do partido político ou coligação de partidos políticos mais votado no quadro das eleições gerais, vulgo Presidente “eleito” de Angola, João Lourenço, pouco tempo depois da divulgação oficial da vitória do MPLA. Recorde-se que, de acordo com o nº 3 do Artigo 114,  “a eleição para o cargo de Presidente da República é causa justificativa do adiamento da tomada do assento parlamentar”.

Para João Lourenço, “essas forças politicas, nos seus protestos a eventuais irregularidades do processo por conveniência própria, desrespeitaram a lei eleitoral por eles aprovada por unanimidade na Assembleia Nacional”.

“A tentativa de incitação à desobediência civil só veio demonstrar que aquelas forças políticas não respeitam a vontade popular expressa nas urnas porque entendem haver formas ilegais de anular essa mesma vontade popular e, desta forma, constituir o tao propalado Governo participativo e inclusivo que, no caso concreto, o povo não sufragou”, continuou João Lourenço, acrescentando “ainda qual cábula mal feita se enveredar pela chamada geringonça, que terá acontecido noutras paragens, mas onde o povo, com certeza, não deu 61 por cento dos votos válidos a nenhum dos concorrentes”.

João Lourenço não consegue esconder que tem uma (enorme) espinha entalada há muito na garganta. E essa espinha chama-se genericamente UNITA e especificamente Jonas Savimbi. Agora que pensa ter poder para pôr as suas contas em dia, João Lourenço vai concretizar um velho sonho que, como se constatou, não conseguiu disfarçar no seu pronunciamento público como presidente eleito – arrumar de vez com a UNITA.

E vai fazê-lo de forma que achar mais conveniente, seja “suicidando” o general Geraldo Sachipengo Nunda e todos os ex-militares das FALA que têm posições de relevo nas Forças Armadas de Angola, eventualmente reeditando uma das especialidades do MPLA similar à “limpeza” que efectuou em 1992 em que milhares de cidadãos Ovimbundus e Bakongos foram assassinados, entre os quais o vice-presidente da UNITA, Jeremias Kalandula Chitunda, o secretário-geral, Adolosi Paulo Mango Alicerces, o representante na CCPM, Elias Salupeto Pena, e o chefe dos Serviços Administrativos em Luanda, Eliseu Sapitango Chimbili.

E então o que pode fazer a Oposição, nomeadamente a UNITA e a CASA-CE, para responder a esta subliminar declaração de guerra de João Lourenço feita, corrobore-se, no seu primeiro discurso enquanto presidente (supostamente) eleito democraticamente?

Impõe-se, desde logo, uma pergunta: onde estavam a UNITA e a CASA-CE quando se realizaram manifestações da sociedade contra o nepotismo, a cleptocracia e a ditadura do regime?

Mas sendo estes dois partidos organizações políticas que, ao contrário do MPLA, primam pelo diálogo e pela crença quase sacerdotal de que é possível acossar a onça com vara curta, continuam a acreditar que o Pai Natal existe mesmo e que deve ser filiado no MPLA. Jonas Savimbi foi o único que não acreditou, daí continuar, 15 anos depois da sua morte, a aterrorizar João Lourenço e os ortodoxos do regime.

Não admira, por isso, que os dois principais partidos da oposição continuem sem perceber que é preferível caçar com uma azagaia própria do que pedir uma espingarda ao MPLA. O MPLA não terá problemas em emprestar a caçadeira. O problema estará quando se puxar o gatilho com a onça a poucos metros. Nessa altura se descobrirá que a arma foi fornecida sem munições…

Porque será que, apesar da experiência e credibilidade da maioria dos seus dirigentes, UNITA e CASA-CE continuam a julgar que Angola é aquilo que não é nem nunca foi – uma democracia e um Estado de Direito? Só esta ilusão, esta miragem, esta utopia, pode levar alguém de bom senso a estranhar o que os órgãos do regime fazem, sejam eles a Comissão Nacional Eleitoral, o Tribunal Constitucional, a Polícia, etc..

Esta teimosia mórbida e suicida de dizer que Angola é uma democracia e um Estado de Direito desiludiu pelo menos – a fazer fé nos resultados eleitorais fabricados pela CNE – 39% dos eleitores. Os angolanos estão fartos de quem, ingenuamente, teima em não dizer com todas as letras, em todos os locais, que às segundas, quartas, sextas e domingos o MPLA é um partido ditatorial e que às terças, quintas e sábados é um partido cleptocrático.

Recordam-se que tanto a CASA-CE como a UNITA não participaram institucionalmente na manifestação cívica contra a nomeação – pelo pai – de Isabel dos Santos para Presidente do Conselho de Administração da Sonangol?

Para o regime aceitar esta manifestação com a normalidade constitucionalmente estabelecida era preciso que Angola fosse o que não é, um Estado de Direito Democrático. Para que a CASA-CE e a UNITA participassem institucionalmente na manifestação era preciso ter o que não tiveram – coragem.

Fazendo fé nos inúmeros comentários e opiniões que chegam ao Folha 8, os angolanos concluem que, afinal, votar na CASA-CE ou na UNITA não significou uma perspectiva de mudança. Talvez acreditem que para pior… basta assim. E, portanto, o MPLA tem terreno livre para se manter no poder durante mais umas décadas.

Em que país vivem alguns os dirigentes da CASA-CE e da UNITA? Por outras palavras. Este dois partidos diagnosticam com bastante precisão, reconheça-se, a enfermidade do doente com malária. Mas quando toca a ministrar a medicação… fecham os olhos e espetam a injecção no doente ao lado que ali está a tratar uma bitacaia.

UNITA e CASA-CE sabem que um país mudo não muda. Quando têm uma oportunidade de, na prática, mostrar aos angolanos que devem falar, que devem dizer o que pensam, ficam… mudos. Só o MPLA fala.

Terão os deputados eleitos por estes dois partidos, 67 no total, coragem para não tomar posse? Não. Não terão essa coragem. As mordomias dadas pelo regime serão mais do que suficientes para os domesticar… ainda mais.

As teses de Abel Epalanga Chivukuvuku e Isaías Samakuva, apesar de correctas, são manifestamente ineficazes. Os angolanos continuam sem saber se qualquer reflexão que ultrapasse o círculo mediático interno serve para acordar aqueles que sobrevivem com mandioca ou, pelo contrário, apenas se destinam a untar o umbigo dos que se banqueteiam com lagostas em Luanda.

UNITA e CASA-CE ainda não perceberam que estão em cima de um tapete rolante que anda para trás. Por isso limitam-se a andar. E, é claro, ficam com a sensação de estar a ganhar terreno mas, no final de contas, estão sempre no mesmo sítio.

Ninguém melhor do que Chivukuvuku e Samakuva para saberem se o nosso povo vai conseguir viver sem comer. Um dia destes, aí teremos João Lourenço a dizer que, exactamente quando estavam mesmo, mesmo quase, a saber viver sem comer, a UNITA e a CASA-CE morreram (pouco importa se foi de morte natural ou por assassinato).

Folha 8

O que Onofre Santos (OS) deve fazer é ver, quando o processo (ou a procissão?) chegar ao TC, se ao nível das Comissões Provinciais Eleitorais todas as favas, as pretas e as brancas, foram mesmo todas contadas com base nas actas das operações eleitorais (mesas de voto) em confronto com as actas sínteses de cada assembleia de voto. É isto que agora está em causa.

Por Reginaldo Silva

O último mês em Angola foi tudo menos normal. O presidente José Eduardo dos Santos esteve desaparecido, as versões da ausência demoraram a acertar-se e as especulações multiplicaram-se num país a menos de quatro meses de eleições.

Por José Couto Nogueira

A insistência da Comissão Nacional eleitoral de Angola, (CNE) em contratar as mesmas empresas que habitualmente tem ajudado o MPLA/JES, a cometer as sucessivas fraudes eleitorais massivas em Angola, a INDRA/SINFIC, demonstra claramente que a CNE, perdeu toda a necessária idoneidade, para conduzir com parcialidade/lisura, o processo eleitoral em curso em Angola.

Por Orlando Fonseca | Palm Beach/Florida

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