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Quinta, 14 Julho 2016 08:15

MPLA: mudar é a saída para ser livre

O presidente da república e chefe do MPLA, partido que sustenta o governo ainda não entenderam, que divergir e/ou construir pontes construtivas extraídas de pensamentos livres diferenciados, não significa ser inimigo da paz nem do presidente da república como sói dizer-se.

Por Raúl Diniz

Só em democracia o poder controla o poder, sobretudo quando existe um envolvimento pacificado e independente entre poderes. O poder irrestrito concentrado nas mãos de um só homem estrangula de sobremaneira o exercício da democracia pretendido num estado de direito pretendido.

 Por outro lado, o debate produzido com elevada contundência desde que aberto e franco, sobretudo se consubstanciado em verdades divergentes acerca da supremacia ininteligente protagonizada pelo MPLA, de maneira alguma significa desconstruir a governabilidade do país, e muito menos periga a pacificação dos espíritos.

O MPLA e a sociedade angolana encontram-se de costas viradas, aliás, o “M” se divorciou dela faz tempo e deseja reduzi-la em pô. A sociedade cível há muito tempo desmarcou-se daquilo que é o objetivo central do seu itinerário politico, o de reprimir o povo para manter a qualquer preço no poder José Eduardo dos Santos.

Pena é que os doutrinados analistas e/ou críticos ensaístas da nossa mediana praça politica não vislumbrem essa demanda antirrepublicana exercido pelo presidente da republica e do MPLA, e tentam agora a todo custo transferir a atenção para o juiz Januário Domingos como distração para esconder a verdade debaixo do tapete que é a falência total do regime.

Todo mundo tem conhecimento que a culpa do insucesso do julgamento dos jovens revolucionários não cabe exclusivamente ao desgraçado juiz mirim Januário Domingos. A culpa do enunciado fiasco que se transformou o julgamento dos Jovens revolucionários cabe em primeiro lugar ao digníssimo camarada, ordens superiores.

O perturbador da ordem social pública o juiz jd apenas é soldado do (sis) serviços de informação e segurança, Januário Domingos para todos os efeitos não passa de um bode expiatório. Fazer desse energúmeno dessecador da justiça o único culpado é no mínimo um ato mirabolante de proporções catastróficas inaceitáveis.

José Eduardo dos Santos atirou humanamente o país todo para a estrada da amargura, ali ficou o país todo atolado num lamaçal espiritual, sitiado pelo vale tenebroso da morte.  A presidente da republica quer agora passar-se por inocente, é ridículo e até impensável fazer do juiz JD o único responsável da trama judicial frustrante. Atirar para a fogueira o aprendiz de feiticeiro não acaba com a arreliante frustração social que o povo vive.

O governo de JES ao invés de procurar encontrar um bode expiatório para responsabiliza-lo do fiasco que foi o julgamento, deveria apresentar ao país um pedido de desculpas, e começar um novo ciclo com nova abordagem politica civilizacional.

Intentar precipitadamente transformar o juiz JD no único culpado e atira-lo para a fogueira, no mínimo é uma atitude burra e desleal da parte do estado maior que formatou e colocou em pratica a peça inviável de golpe de estado, que levou os revús a cadeia e posteriormente para o tribunal condenatório. É imperativo que casa de segurança da presidência da republica comece a agir com prudência, e perceba que a Angola de ontem a muito ficou no passado.

Apesar dos dinossauros do regime continuar estagnados no passado, isso não significa que a sociedade está irremediavelmente perdida nesse universo viscoso de iniquidades varias.

É verdade que custa menos ao regime enlamear o juiz Januário Domingos com o ósculo do beijo acido de Judas do que atirar para a fogueira da perdição os verdadeiros culpados vendilhões do templo. Mesmo com o apoio medíocre dos eruditos falsários fazedores de opinião do GRECIMA, que a todo custo atentam contra a verdade com a pretensão de destorcê-las, o insucesso deles esta garantida mediante a ineficácia da sua fragilizada credibilidade. Camarada, é chegado o tempo de colocar para fora a amargura que agride a alma, apontar o dedo aos verdadeiros culpados, e, com eleva espirito patriótico chamar os bois pelos nomes.

É verdadeira a participação direta do patético general José Maria, por sinal meu velho amigo, a culpa principal deve e tem que recair por cima do principal culpado para que a culpa não morra solteira. A não acontecer assim, teremos a repetição do acontecido em 27 de Maio de 1977, altura em que o dr Antônio Agostinho Neto enalteceu reiteradamente em público que não haveria perdão nem julgamento para os fraccionistas de então, e tudo aconteceu como todos sabem.

Desta vez não foi diferente, o PR JES apareceu em publico acusando os jovens revús de golpe de estado, inclusive teceu analises injuriosas comparativas entre os dois eventos. Ficaria mal não deixar cair à culpa do sucedido nos ombros do PR José Eduardo dos Santos, quanto ao resto, fica por assim dizer, o resto, é o resto mesmo, e nada mais do que o resto.

Temos que fazer muito mais e melhor do que culpar unicamente o burro do Juiz Januário Domingos, se for verdade que o principal objetivo é fazer justiça aos jovens revolucionários, vitima do crime hediondo que foi o indecente Julgamento, então será melhor em primeiro lugar, estancar o estado avançado de gangrena cívico-social-cultural em definitivo. Segundo, ajudar a fortalecer drasticamente as instituições do estado, hoje partidarizadas.

Essa situação vergonhosa vigente tem um culpado, e esse culpado tem um nome, e o nome desse culpado, é nada mais, nada menos que o presidente do partido MPLA, e também presidente da republica, José Eduardo dos Santos.

 

 

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