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Quarta, 06 Julho 2016 13:56

15+2 em liberdade ainda condicionada - Marcolino Moco

Sempre que um homem ou uma mulher ganha um espaço da sua legítima liberdade, teremos um motivo de celebração. No entanto, no caso em presença, o importante é não perder-se de vista que não se trata de uma solução global do problema, mesmo no estrito plano judicial, em que é insensato pensar-se que o escândalo do processo foi apagado.

Por Marcolino Moco

Até porque ainda não se tocou na vertente substantiva de um de tantos casos sórdidos das injustiças da nossa Justiça. Mas tudo isso e outras coisas preocupantes a que temos assistido, como a recolha do resto que ainda sobrava do poder de um Estado, para a sua entrega à família presidencial e o recrudescimento da intolerância política, todos estes fenómenos, aparentemente, com a conivência do maior partido do país, o MPLA, e de muitas personalidades de relevo na sociedade angolana, tudo isso são "filhos" do maior problema que temos, hoje, e que não deve continuar a ser escamoteado. 

Considero que todas as forças políticas, religiosas e outras da sociedade civil, devem convencer o Presidente da República que é preciso devolver pacificamente o poder ao povo. Deixar de invocar golpes de estado, sempre que sectores da sociedade, no quadro das dificuldades que ele próprio vai criando, desde que se conquistou a paz, apenas pensem em reclamar sobre as consequências nefastas das suas atitudes centralistas e de tanta concentração de poderes. 

Insisto que deve resolver-se, a contento, entre outros, o problema das vítimas da tragédia do 27 de Maio de 1977, de um e de outro lado (temos que ser cada vez mais um só povo com as nossas naturais diferenças), em vez de se utilizar este nefasto acontecimento para amedrontar jovens, e não só, para desencoraja-los a defender novas ideias para a sociedade. 

Também insisto que não é verdade que isso só se deve resolver com eleições, no ponto em que a situação se encontra, em Angola. É preciso diálogo não condicionado. O povo teme que a paz seja ameaçada, mas a paciência está a esgotar-se. Acredito piamente que qualquer mulher ou homem público que não veja isso ou finge ou está distraído com questões avulsas.

 

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