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Sábado, 12 Março 2016 09:45

A decisão do Presidente - José Ribeiro

A conquista da paz em Angola resultou de um processo político exemplar  e único em África, aplaudido pelo povo angolano e reconhecido pela comunidade internacional.

José Ribeiro \ Jornal de Angola

Os angolanos fizeram a reconciliação entre si e Angola é hoje uma Nação estável.  As instituições políticas e democráticas funcionam com normalidade e a economia de mercado está em plena expansão, graças à recuperação em grande escala empreendida nos últimos anos pelo Governo angolano.

Há 14 anos ninguém imaginaria que Angola viesse a presidir, durante todo este mês de Março, e já pela segunda vez na sua história, às sessões do Conselho de Segurança das Nações Unidas, órgão que tantas resoluções adoptou sobre o conflito em Angola e nesta região da África Austral.

Tudo isso foi conseguido tendo Angola à frente dos seus destinos o Presidente José Eduardo dos Santos como Chefe de Estado. O homem que entregou há 55 anos a sua juventude à libertação do seu país da dominação colonial e dedicou as últimas décadas, enquanto Presidente da República e Comandante-em-Chefe das Forças Armadas, a procurar as melhores vias para colocar Angola no caminho da paz e da prosperidade, anunciou ontem que pretende deixar a vida política activa dentro de dois anos.

Prova maior não podia haver da grandeza do líder do MPLA, que forjou muitos quadros de grande estatura política. A notícia sobre a decisão do Presidente deu a volta ao mundo, está em toda a imprensa internacional e nas redes sociais, mas foi recebida com grande surpresa e pena pelos angolanos que gostariam de continuar a ver o Presidente José Eduardo dos Santos a dirigir Angola na senda do desenvolvimento económico e social.

Em 1979, quando José Eduardo foi investido no cargo de Presidente da República, após a morte de Agostinho Neto, a África Austral era o epicentro de um dos mais graves conflitos mundiais. A batalha do Cuito Cuanavale, travada na sua derradeira fase no Triângulo do Tumpo, e a rebelião armada de Jonas Savimbi, foram dos mais duros combates que o Presidente angolano teve de travar. Como líder do povo angolano, o Presidente saiu vitorioso desses desafios e Angola, derrotando o apartheid, contribuiu para a independência da Namíbia, a libertação de Nelson Mandela e promoveu a cooperação na SADC em novas bases.

A substituição de Agostinho Neto não foi “fácil” nem “possível”, como descreveu na hora da tomada de posse como Presidente, mas a sua determinação e capacidade de mobilização dos quadros e do povo humilde deu-lhe forças para realizar o “necessário”. E foi com a mesma humildade e simplicidade com que assumiu as rédeas do poder político há 37 anos que José Eduardo dos Santos anunciou ontem o desejo de se retirar da política activa em 2018, sinalizando não apenas o sentimento de dever que espera ainda continuar a cumprir, à luz do ditame constitucional, mas o de obra feita.

Com esse gesto, melhor se compreende hoje a preocupação de sempre do Presidente com a necessidade de se consolidar a paz e garantir a estabilidade a todo o custo. Por causa disso, muitas e injustas foram as campanhas contra si lançadas por aqueles que, cinicamente, o atacam por estar demasiado tempo no poder, mas ao mesmo tempo rezam para que se mantenha no lugar, para, à falta de argumentos, continuarem a usar isso como arma de arremesso.

O Comité Central do MPLA comunicou ontem, no final da sua reunião ordinária, que pretende manter José Eduardo dos Santos como seu candidato a presidente do partido no próximo Congresso Ordinário marcado para Agosto deste ano. Fica a expectativa à volta das resoluções que sairão do conclave. A posição tomada pelo órgão máximo de orientação do partido no poder entre os congressos prova o respeito que existe pela actual liderança, sábia, perspicaz e vitoriosa. Qualquer que seja o resultado, José Eduardo dos Santos é o Presidente que está no coração dos angolanos.

 

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