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Sexta, 05 Fevereiro 2016 08:36

Agualusa sempre defendeu uma “primavera árabe” para Angola acusa Jornal de Angola

No artigo publicado hoje sob o título “o brinquedo político dos observatórios “o jornal de angola critica o relatório organização “Human Rights Watch” e escritório angolano Agualusa que AO24 publica na integra.

Sempre desconfiei da organização “Human Rights Watch”, melhor, dos seus relatórios sobre a situação dos direitos humanos no mundo. Não é preciso ser nenhum feiticeiro para perceber que aquilo lá é tudo menos coisa séria.

Pior. Uma brincadeira de mau gosto que serve para manter ocupados alguns sujeitos inúteis que ganham fortunas em cima do esforço alheio, e por isso são parciais nas suas apreciações.

Os relatores da HRW sobre Angola mostram bem o que valem. Venderam para os seus patrões matéria podre, mal cheirosa, a séculos fora do prazo. Mas a HRW não se importa, o cheirete nada lhe diz, quer é comprar e garantir que faz a sua parte, divertindo-se à grande com o brinquedo que alguém lhe deu para brincar: os direitos humanos.

Depois de tantos anos, de relatório em relatório, a HRW conseguiu sozinha cavar uma enorme cratera entre os valores nobres que inspiraram a sua criação e as suas vergonhosas acções actuais, adulterando de forma vil uma das mais bem conseguidas conquistas da Humanidade.

O reconhecimento dos direitos básicos de todos os seres humanos, como valor inviolável e até sagrado da humanidade, passou a ser um dos brinquedos preferidos dos que se julgam donos do mundo. Se dúvidas havia, dou-as por sanadas. A HRW está tomada por um grupelho de aldrabões sem escrúpulos que não sabe o que fazer com o dinheiro. E faz-lhes as vontades, atirando lama para o ventilador, aniquilando a reputação de pessoas honradas e de governos legítimos.

Um olhar ao que diz o relatório sobre Angola permite concluir duas coisas: ou alguém anda a facturar um balúrdio passando informações infamemente manipuladas sobre países que não caem no goto dos seus contribuintes mais activos ou a HRW impõe aos seus relatores uma ideia-tipo que deve ser escrupulosamente seguida, sob pena de lhes secar a teta.

Seja qual for a situação, o que nos é servido no início de cada ano é pouco mais do mesmo: de um lado, o grupo dos mesmos países incumpridores, por isso indignos de serem tratados com o mínimo de decência e respeito, do outro, os detentores das chaves do templo sagrado, onde o pecado mais grave é o do miúdo que atira o papel de rebuçado para o chão. Só entra para os registos se o “criminoso”, coitado, pertencer a uma das mal-amadas minorias. Doutro modo esquece.

Num dos seus achados mais intrigantes, para não dizer outra coisa, o relatório da HRW fala em “fortes restrições” à liberdade de expressão por repressão do governo angolano. Nada diz sobre jornalecos que se divertem semanalmente com manipulações e mentiras, assassinando de forma impiedosa a honra e a reputação de pessoas honestas, cujo pecado é serem detentoras de cargos públicos ou seus familiares.

Enche de honras um portal da Internet onde se passa tudo e mais alguma coisa. Em nome da liberdade de expressão, ali são plantadas verdades manipuladas, documentos confidenciais que em condições normais seriam de domínio privado, aparecem em espaço público como milagre. Não pode haver exemplo mais flagrante de impunidade. Como se o anormal fosse normal e nada mais resta senão aceitar. Recuso-me a aceitar esse jogo sujo.

A forma vergonhosa como o relatório da HRW se refere ao motivo que levou à detenção dos 15 “Revus”, é, no mínimo, anedótica. Em França, a capital mundial da liberdade, há gente fechada, aparentemente por nada, sem julgamento ou culpa formada. Ninguém, absolutamente ninguém, se pode dar ao luxo de brincar com o terrorismo. Mas para países como Angola trocam-se os óculos. É pacífico planear a tomada do poder, bloquear os acessos à capital com pneus a arder, afrontar as forças de segurança do poder democrático, tomar de assalto edifícios públicos e forçar com todos os meios um Governo eleito por maioria qualificada a demitir-se. Na Europa está em curso o maior atentado aos direitos humanos depois de Hitler e a HRW está em silêncio cúmplice. Está tudo louco na HRW, porque muitos dos colaboradores desta organização são herdeiros do apartheid e neonazis.

Para muitos já não convém lembrar, melhor, até convém esquecer. Mas ainda há pouco tínhamos alguns sectores da política e dos media em Portugal estendendo o tapete vermelho à antiga antena do especulador George Soros em Angola, com direito a microfone aberto para que vomitasse, ali mesmo, tudo o que tinha sobre Angola e seus dirigentes. Tudo arranjado. Só não esperava ter à frente uma pessoa que lhe conhecia os truques todos e dos que lhe mandaram para lá. Ao Rafael só faltou descobrir um buraco e enterrar-se.

A cena repetiu-se noutro canal de televisão, para o qual foi convocado outro activo, José Agualusa, servidor do apartheid e amigo de Jonas Savimbi. Não fosse ter à frente de si um indivíduo lúcido e esclarecido como o embaixador Luvualu de Carvalho, teria voltado para casa, uma vez mais, convencido de que os angolanos são mesmo uns ignorantes ao ponto de lhes comprarem o mesmo peixe podre de sempre. Só que o tiro saiu-lhe por trás. Ficou claro, ali mesmo, preto no branco, que Agualusa não só diz idiotices sobre Angola, e ainda é pago por isso, como ignora completamente a realidade do país em que nasceu.

Numa das suas frases mais reveladoras do ser banal que é, Agualusa defendeu uma “primavera árabe” para Angola e apresentou a Tunísia como exemplo de sucesso das revoltas que puseram de patas para o ar países africanos minimamente estruturados e então vistos como promissores. Até o pivô do que se esperava ser um debate televisivo, esqueceu-se de tirar a camisola. Entrou árbitro saiu jogador. Por certo, teve que explicar-se ao treinador. Agualusa ainda vai a tempo de se retratar publicamente pelas asneiras que tem feito, desta em particular. De contrário, continua a assinar em baixo um atestado de paternidade do DAESH. Não é novidade para ninguém que o Estado Islâmico (EI) é o filho mais exposto e o mais terrível da “primavera árabe”. Em português, Human Rights Watch significa Observatório dos Direitos Humanos. Na Síria há um desses Observatórios, com sede no Reino Unido, que faz o mesmo jogo político da HRW. Por isso, muito cuidado com esses observatórios e seus colaboradores.

Jornal de Angola

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