A conquista da independência é fruto de longa resistência ao colonialismo em que se envolverem muitos angolanos em diferentes épocas. O início da luta armada a 4 de Fevereiro de 1961 foi decisivo para a derrota do regime colonial em Angola. Angolanos destemidos ousaram atacar nesse dia cadeias em Luanda, numa acção que era uma demonstração de oposição à opressão e repressão coloniais. Um destacado nacionalista recorda que um grupo de patriotas que operava clandestinamente em Luanda põe em prática na madrugada do dia 4 de Fevereiro de 1961 o seu plano de assalto às prisões de Luanda, onde se encontravam encarcerados numerosos angolanos.
O 4 de Fevereiro foi uma acção corajosa que mostrou que o povo angolano estava determinado a conquistar a sua liberdade. A via armada foi a alternativa para que os angolanos pudessem fazer face ao poderio bélico do regime colonial.
A luta contra o colonialismo foi dura. Mas os angolanos sabiam que o colonialismo não cairia sem luta. Os valorosos combatentes pela liberdade da Pátria enfrentaram adversidades para liquidar o colonialismo na nossa terra.
Foram muitos os combatentes que contribuíram para a libertação de Angola. Os combatentes que lutaram pela independência são de todas as regiões do país e fizeram-no, quer na clandestinidade, quer na guerrilha. Foram inúmeras as dificuldades por que passaram os combatentes pela independência de Angola. Os que estiveram por exemplo na guerrilha contam que foram várias as vicissitudes da luta armada travada muitas vezes em condições de extrema falta de meios e sem qualquer apoio do exterior.
Por ocasião das comemorações dos 38 anos de Independência de Angola, não podemos esquecer todos os que enveredaram sem hesitações pela luta armada pela Independência Nacional. Não podemos também esquecer os que depois de proclamada a independência pegaram em armas para defendê-la. Depois da Independência Nacional tivemos de participar numa resistência generalizada contra forças que queriam tornar a oprimir e reprimir o povo angolano. O povo angolano venceu essas forças. Ficou mais uma vez provado que um povo determinado a preservar a sua liberdade é invencível.
Angola é hoje um país que caminha para o desenvolvimento. O fim da guerra no país trouxe estabilidade e normalidade constitucional. Os angolanos têm instituições estáveis que vão resolvendo os múltiplos problemas das populações. A guerra terminou em 2002 e é inegável o facto de que a paz tem trazido muitos benefícios aos angolanos em termos de melhoramento de condições sociais. A estabilidade que temos hoje permitiu que resolvêssemos muitos problemas ao nível da educação e da saúde e de infra-estruturas.
Actualmente as diferentes regiões do país estão ligadas por vias rodoviárias e ferroviárias, o que tem permitido que haja um incremento da actividade empresarial em várias províncias do país.
A existência dessas vias tem estado a fazer com que os homens de negócios levem capitais para diferentes regiões que não só Luanda. As infra-estruturas edificadas pelo Estado constituem uma base indispensável para o crescimento e o desenvolvimento económico. Não foi por acaso que os governantes apostarem em investimentos em infra-estruturas.
Sem infra-estruturas sólidas não há crescimento económico nem desenvolvimento. Temos de preservar o que foi edificado ao nível de infra-estruturas, para continuarmos a crescer economicamente, não só no domínio dos petróleos e dos diamantes, mas noutras áreas de actividade produtiva.
Os 38 anos da nossa independência foram marcados por muitas conquistas, no campo económico e social. Foram conquistas conseguidas em meio a muitas condições adversas superadas pelos patriotas que sempre se entregaram à defesa dos interesses do povo.
Os angolanos, 38 anos depois da independência, podem dizer que têm hoje um melhor sistema de ensino e de saúde. Sabemos que nem tudo está resolvido. Sabe-se que há ainda muitos problemas por superar. Mas o esforço está a ser feito continuamente para que todos os angolanos tenham uma vida digna. Os combatentes pela independência de Angola lutaram para que todos pudéssemos desfrutar de óptimas condições de vida. Que trabalhemos todos para atingirmos elevados patamares de qualidade de vida em Angola.
Editorial do Jornal de Angola