Sim, é verdade, existe, aliás, sempre existiu uma agenda política, por detrás da falsidade exposta da reconciliação nacional.
Também se sabe que o guardião dessa propalada agenda secreta é o MPLA, de João Lourenço, presidente dessa agremiação política.
Repito: a única agenda secreta existente tem sido a tônica de João Lourenço desde que tomou consciência de que o povo não quer mais ter o país nas mãos de um homem intolerante e sem palavra.
Uma pessoa que utiliza sistematicamente, em todos os pronunciamentos, as palavras pacificação nacional, jogando o ônus da desestabilização política e social sobre os outros, só pode ser alguém possuidor de uma agenda secreta.
Além disso, pode-se tirar a ilação de que o presidente do MPLA é mentiroso e deveras sinistro nas suas políticas.
Hoje, uma vez mais, deu um tiro no próprio pé ao expulsar do seio do MPLA o filho de Malanje, Baldir Cônego — apenas e só porque o jovem político tem demonstrado vontade de concorrer à presidência do MPLA. Isso é motivo para expulsar um camarada que cumpriu missões críticas em favor do regime?
Esse gesto revela o seu carácter ambíguo e mostra também um intratável, incompreensível, truculento e autoritário modo de ser e de agir.
Quanto a ser um mentiroso intratável, basta seguir o roteiro das suas promessas pós-eleitorais: não cumpriu absolutamente nada do que prometeu até à data presente.
Onde estão os 500 mil empregos? Benguela já se transformou na Califórnia? Cumpriu com as suas super e híper promessas de realizar as eleições autárquicas?
Então, uma pessoa como o atual presidente do MPLA merece ser levada a sério?
Exceto o presidente da CEAST, senhor Bispo Imbamba, ninguém em Angola leva a sério o que o presidente do MPLA diz ou deixa de dizer.
De resto, as palavras do presidente demissionário do MPLA mostram o descaminho: ele e seus nefastos colaboradores estão todos sem rumo e, por conseguinte, perdidos na estrada ficcional. Todas essas especulações são famigeradas fake news, próprias de um partido entorpecido pela droga da detenção do poder pelo poder.
O MPLA perdeu a sua identidade há já algum tempo; com a chegada da mentira no seio do partido, trazida pelo incompetente, o MPLA perdeu totalmente o direito de ser poder em 2027.
É importante que aqueles que se alinham com o incompetente comecem a pensar no futuro de Angola, que não passa pela presença de João Lourenço à frente do MPLA, e muito menos na Presidência da República — lugar onde jamais, em momento algum, deveria estar.
A inteligência deve começar a agir no interior do partido, pois o tempo da obediência canina há muito se foi. O comportamento desses inimagináveis seguidores da cartilha de João Lourenço deveria levar em conta as experiências que alguns países africanos nos trazem com a montanha de alterações constitucionais violentas. O povo não quer mais ditadores incompetentes que, cotidianamente, ameaçam a paz e colocam em perigo a estabilidade política e social do país; entronizam, igualmente, uma corrupção hereditária ao serviço da cúpula do MPLA em detrimento do bem-estar público/social.
A Igreja Católica vai realizar o congresso da reconciliação nacional; é aí que o presidente do MPLA, João Lourenço, aproveita para vender a sua banha de cobra, expondo ciúme e raiva e tentando, dessa forma, confundir e criar atritos junto da sociedade menos atenta.
Já é tempo do MPLA perceber que perdeu totalmente a atenção e a aceitação do povo angolano no seu todo. Já é tempo de esquecer a Otília e perceber que a distopia ganhou relevância na oralidade do discurso político.
Angola pertence aos angolanos e não ao MPLA. O partido-estado já entendeu o recado do povo; portanto, é hora de amenizar o discurso e prepararmos, juntos, uma transição do poder político.
Não há mais tempo a perder com astutos joguinhos de poder que não nos levam a lugar algum. A história contada pelo MPLA acerca da “união consciente” é uma miragem se comparada com a verdade da realidade expressa.
Ninguém em Angola ignora esse descaminho da reconciliação nacional pregada pelo presidente do MPLA.
Que fique bem claro: distribuir medalhas a torto e a direito, misturando traidores e assassinos com a outrora militância — desprovida de ética e moral — é o mesmo que baralhar e dar cartas viciadas.
Senhor Presidente, aprenda com Paul Biya, dos Camarões; entenda os agora dissabores da presidente da Tanzânia — eles estão a perder tudo por causa das suas mentes torpes, das suas “alhos com bugalhos”, tal como faz o presidente do MPLA.
Definitivamente, Angola não pode, de maneira alguma, ficar nas mãos do presidente do MPLA nem na dos seus mais próximos acólitos. Angola não pode nem vai continuar a ser tratada como se se tratasse das lavras dos vossos avós.
Se conselho fosse bom, vendia-se; não se dava. Ainda assim, atrevo-me a dar-lhe um conselho, pretensioso presidente do MPLA: muito deveria sair dessa saia-justa enquanto é tempo — amanhã pode ser tarde, não apenas para si.
A política nacional encontra-se revestida de incertezas e certezas dúbias; é hora de virar a página. É hora de ir cuidar dos filhos e netos. Por aqui, presidente, ninguém precisa do senhor — a maioria do povo o odeia, senhor, e toda a sua matilha de lobos esfomeados.
Vá embora e leve o restante dos seus garimpeiros consigo. Com o MPLA fora do poder, a vitória é de todo angolano, sem exceção.
Por Raúl Diniz
Estamos juntos.

