Ao longo desta semana, tenho refletido profundamente sobre como nós, seres humanos sobretudo os que se dizem crentes nos relacionamos com a obra de Deus que é o nosso próprio corpo.
Vivemos uma geração que se ajoelha nos templos para orar, mas se levanta contra o espelho para rejeitar a própria imagem. Mulheres e também muitos homens têm se sentido incomodados com a forma como foram criados. Unhas que Deus desenhou com perfeição são alongadas artificialmente; pestanas naturais são substituídas por fios sintéticos; cabelos são esticados, escondidos, disfarçados. Piercings, tatuagens, plásticas, mudanças corporais extremas são hoje práticas normais e tudo isso revela, no fundo, uma rejeição silenciosa daquilo que Deus fez.
Mas há algo ainda mais profundo e alarmante, o crescimento de casos de homens que, insatisfeitos com o corpo masculino que receberam, procuram transformá-lo por completo para parecerem mulheres. O inverso também muitas vezes ocorre. Aqui, não se trata apenas de estética, mas de uma negação absoluta da identidade original dada por Deus. O que antes era chamado de confusão, hoje é muitas vezes celebrado como liberdade. Mas que liberdade é essa que precisa negar o plano original do Criador?
Não estou aqui para apontar dedos, mas para fazer uma pergunta sincera. Será que, ao tentarmos redesenhar o que Deus desenhou, não estamos dizendo com as nossas acções que o Senhor errou? E se essa rejeição for uma das formas mais silenciosas e perigosas de pecado um pecado travestido de “autoexpressão”, mas enraizado na falta de aceitação?
É urgente voltar à Palavra. É urgente recuperar a reverência pelo corpo como templo do Espírito Santo (1 Coríntios 6:19-20). É urgente ensinar aos nossos filhos e irmãos que não há defeito na criação de Deus. O erro não está na forma do corpo, mas na forma como olhamos para ele.
Aceitar-se como se é não é resignação, é honra ao Criador. Não se trata de ignorar cuidados pessoais, mas de compreender que beleza não é remendo, é reconhecimento. Que liberdade verdadeira não é mudar de forma, mas viver em paz com a forma original que Deus nos deu.
A maior transformação que precisamos não é a do corpo, mas do coração.
Por Rafael Morais