Sexta, 03 de Mai de 2024
Follow Us

Segunda, 08 Setembro 2014 16:24

Dos Santos tem a lista de quem morre e quem vive

Mas a veia demagógica de Rui Falcão não tem limites. Outro exemplo foi a crítica ao líder da CASA-CE a quem apelidou de “papagaio político” e que, segundo disse, deve a vida ao presidente José Eduardo dos Santos.

O governador do Namibe sabe bem que só se atiram pedras às árvores que dão bons frutos e, por isso, aproveitou uma cerimónia comemorativa do 72º aniversário do Presidente vitalício para revelar que, afinal, muitos dentro do MPLA queriam acabar o que não tinham conseguido: aniquilar todas as figuras da oposição.

Rui Falcão disse, louvado seja o “escolhido de Deus”, que José Eduardo dos Santos foi o único que, em 1992, se opôs à morte dos deputados do partido do Galo Negro, em Luanda. “Angola foi o único país no mundo que fez conviver a guerra com a democracia.

Os guerrilheiros de um mesmo grupo, que de um lado matavam o nosso povo, estavam sentados no Parlamento Nacional, com o beneplácito de quem?

De uma só figura, José Eduardo dos Santos, porque a verdade seja dita, muitos de nós defendíamos olho por olho e dente por dente”, afirmou Rui Falcão. Quem diria, não é?

Todo o mundo deve, por isso, render-se aos encantos divinos, ao filantropismo, à benemerência, de tão celestial figura. “Alguns papagaios que hoje falam, que estiveram aqui no Namibe, foram salvos por José Eduardo dos Santos”, acrescentou o governador numa referência à visita do líder da CASA-CE, que foi marcada por acusações deste partido de que as autoridades tinham tentado sabotar a sua visita.

Por outras palavras, todos os que estão vivos devem agradecer a José Eduardo dos Santos. É, aliás, isso mesmo que se constata quando se verifica que, num país com cerca de 20 milhões de habitantes, o MPLA tem cerca de 19.999 mil militantes. O governador acrescentou que se “não fosse a ordem expressa do comandante em chefe, (em 1992) seguramente, já há muito se teriam calado”.

 Era, aliás, isso que Rui Falcão, também queria. Se assim tivesse acontecido, certamente já não haveria papagaios em Angola e o reino seria só dos falcões. Falcões que estariam obesos com a fartura de carne dos restos mortais dos angolanos.

Ora aqui chegados fica Angola e os angolanos a saber, que afinal, Eduardo dos Santos, tem uma lista onde tem marcado quem deve morrer e quem merece viver e, no caso, apontado para o Presidente da República e do MPLA, Abel Chivukuvuku, Paulo Lukamba Gato, Alcides Sakala, general Numa e outros deveriam viver, ao contrário de Jonas Savimbi, Alicerces Mango, Salupeto Pena, Mfulupinga Landu Victor, Ricardo de Melo, Sotto Mayor, Alves Kamulingue, Isaías Cassule, Hilbert Ganga e outros deveriam morrer.

Foram, sem apelo nem agravo. Em resposta, o Secretario Executivo Provincial do Namibe da CASA-CE, Sampaio Mucanda, considerou as declarações de mau gosto e um reflexo da “arrogância” do governador do Namibe. “Ao invés de proferir palavras obscenas, reduzir a imagem de Abel Chivukuvuku, deveria preocupar-se com problemas sociais que grassam no povo, nomeadamente a seca, falta de medicamentos”, disse o dirigente da CASA-CE, no Namibe, esquecendo-se que se está vivo o deve a José Eduardo dos Santos.

Nós já nos íamos esquecendo, se ainda continuamos em vida é por merecermos a graça do Presidente Eduardo e, tão logo o quadro se altere, teremos, também, ciência da alteração da sua vontade, como dono das nossas vidas, como disse no pedestal de uma boçalidade saloia, Rui que também é “Perdoado” Falcão.

F8

Rate this item
(0 votes)