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Terça, 16 Janeiro 2024 17:44

RDCongo conta com África Austral para recuperar zonas ocupadas por rebeldes

A República Democrática do Congo (RDCongo) conta com a força da África Austral, atualmente destacada no leste do país, para ajudar a "recuperar os territórios" ocupados pelos rebeldes do M23, declarou hoje um oficial congolês.

"A força da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral) chegou de facto, está connosco e a sua missão é ofensiva", declarou aos jornalistas o tenente-general Fall Sikabwe, coordenador das operações militares congolesas no Kivu do Norte, província parcialmente ocupada há dois anos pelo M23 ("Movimento 23 de março"), apoiado pelo Ruanda.

"São profissionais, pessoas bem equipadas, bem treinadas, unidades capazes de inverter a situação no terreno", acrescentou, após uma reunião conjunta com oficiais da força da África Austral, conhecida como SAMIDRC, no Centro de Coordenação de Operações (CCO) instalado no aeroporto de Goma, capital do Kivu do Norte.

No entanto, os militares sul-africanos não se pronunciaram no final da reunião e não foram dados pormenores sobre a dimensão exata e o destacamento da força SAMIDRC, que foi decidido numa cimeira da SADC em maio de 2023.

Desde meados de dezembro, tropas da África do Sul, Tanzânia e Maláui têm chegado a Goma com a máxima discrição no âmbito desta operação.

A SAMIDRC sucede à operação de há um ano conduzida pela Comunidade da África Oriental, cujo mandato terminou a pedido de Kinshasa, que a criticou por coabitar com os rebeldes do M23 em vez de os combater.

As populações deslocadas, que tiveram de fugir das suas casas para escapar aos combates, "devem ter confiança" nesta nova missão ofensiva, disse o general Sikabwe.

"Porque uma missão ofensiva consiste em recuperar territórios que foram ilegalmente ocupados pelo inimigo e, uma vez recuperados esses territórios, a população poderá regressar a casa", acrescentou.

De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), existem cerca de sete milhões de pessoas deslocadas na RDCongo, das quais 5,5 milhões no leste deste país que faz fronteira com Angola.

Apesar da continuação dos combates e de uma situação humanitária crítica, Kinshasa apelou igualmente à retirada acelerada da força da ONU (Monusco), presente no país há 25 anos, considerando-a ineficaz para proteger os civis dos grupos armados.

A retirada da Monusco "já começou", declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros no sábado, esperando que o processo esteja concluído até ao final do ano.

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