Há gestos que dizem muito sobre um país. Há decisões que revelam mais do que discursos inteiros. O convite da seleção Argentina para jogar em Angola partiu de Angola, e não o contrário é uma dessas decisões que escancaram a contradição entre o luxo do poder e a miséria do povo.
Aqui só há uma opção, aceitar ser empreendedor forçadamente, dentro das conveniências de alguns gestores públicos, ou então serás excluído. Porque não há empresas Angolanas solidas que garantem o emprego ou autoemprego nestas áreas para os jovens.
Nas últimas semanas, as redes sociais foram invadidas por imagens e vídeos que nenhum coração deveria suportar ver. Algumas Famílias do município da Quiçama, desalojadas no quadro da requalificação da Muxima, foram deixadas à própria sorte em terrenos baldios, cercadas apenas vento e frio das madrugadas.
Porém, todos estão cientes que, mentir mal e enganar porcamente, faz parte do (DNA)do MPLA de João Lourenço.
Pelas características que hoje o mundo apresenta, fica claro que estamos a viver um momento interessante na política internacional, onde actos que parecem “técnicos”, como a redução de tarifas ou a suspensão de sanções, carregam em si significados muito mais profundos do que se vê à superfície.
A noite de Luanda, que deveria ser iluminada por velas em memória e solidariedade, acabou coberta pelo peso das botas policiais. Jovens pacíficos, de t-shirts pretas com a inscrição “Vozes Livres, Presos Políticos Livres”, foram retirados à força do Jardim São Domingos, onde a sociedade civil pretendia realizar uma vigília pela libertação dos presos políticos em Angola.
No parlamento, aconteceu o óbvio: a Assembleia Nacional foi o palco escolhido. O diretor da peça teatral é um ilustre desconhecido, cujo nome é Auxiliar, auxiliar titular do poder executivo.
Senhoras e senhores, Antes de mergulharmos em números e parágrafos, permitam-me uma pausa para reflexão.