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Domingo, 09 Novembro 2014 21:27

Isabel dos Santos lança OPA de 1,2 Bilhões de euros para comprar a Portugal Telecom SGPS

A empresária Isabel dos Santos lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) voluntária à Portugal Telecom SGPS e oferece 1,35 euros por ação - ou seja, 1,211 bilhões de euros.

Em comunicado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), foi hoje divulgado que a empresa Terra Peregrin, "cujos direitos de voto são totalmente imputáveis à Eng.ª Isabel dos Santos", lança uma OPA voluntária de aquisição de ações da Portugal Telecom, SGPS.

A Terra Peregrin tenciona adquirir "a totalidade das ações ordinárias e da categoria A, nominativas e escriturais" representativas da PT SGPS.

Para isso, compromete-se a pagar 1,35 euros por ação, o que, segundo o mesmo comunicado, é um "prémio de cerca de 11% relativamente ao último preço de fecho das ações" em bolsa, na Euronext Lisbon, na passada sexta-feira, dia 7 de novembro.

Este valor equivale a uma oferta de 1,211 bilhões de euros

Ainda no mesmo documento, é sublinhado que é tenção de Isabel dos Santos "manter as grandes linhas estratégicas definidas pelo conselho de administração" da PT SGPS, bem com "os objetivos inerentes aos acordos celebrados [com] a Oi, embora sujeito as algumas alterações de calendário".

Esta oferta surge após a francesa Altice ter-se proposto comprar, por 7,025 mil milhões de euros, os ativos da Portugal Telecom fora de África e excluindo a dívida da Rio Forte. A ZOPT, dona da NOS e da qual Isabel dos Santos detém metade do capital - a outra metade é da Sonae - também já tinha mostrado intenção de comprar a PT Portugal.

Agora Isabel dos Santos avança para a Portugal Telecom SGPS: a entidade que, no âmbito da fusão da PT e da Oi (a operadora brasileira já controla a PT Portugal), ficará com uma participação de 25% na nova Oi, bem como a dívida da Rioforte (a empresa do grupo Espírito Santo entretanto falida) e as opções de ações da Oi.

Caixa é o intermediário financeiro de Isabel dos Santos na OPA sobre a PT

A Caixa Banco de Investimento, do grupo Caixa Geral de Depósitos, é o intermediário financeiro da OPA (Oferta Pública de Aquisição) que Isabel dos Santos lançou sobre a PT.

De acordo com o anúncio preliminar conhecido este domingo, 9 de Novembro, o intermediário financeiro de Isabel dos Santos, na OPA lançada sobre a PT SGPS, é a Caixa - Banco de Investimento.  

A Caixa Banco de Investimento é o banco de investimento do grupo Caixa Geral de Depósitos, a instituição financeira detida pelo Estado português.

A OPA sobre a PT SGPS oferece 1,35 euros por acção, avaliando a operação 1,21 Bilhões de euros.

A PT SGPS não controla de forma directa a PT Portugal. A PT SGPS, que é cotada na bolsa de Lisboa, é accionista da Oi, sendo a operadora brasileira que controla a PT Portugal, a empresa que detém a actividade operacional em Portugal, como o Meo e o Sapo.

A PT SGPS detém actualmente 39,7% do capital da Oi, sendo que a posição directa é de 35,8%. No âmbito da fusão, os accionistas da PT SGPS ficarão com 25% do capital da nova Oi.

Oferta de Isabel dos Santos não é hostil e visa "reforçar núcleo duro de accionistas da PT"

A empresária angolana pretende ser investidora da Oi no Brasil e garantir a manutenção da unidade do grupo Portugal Telecom.

"Esta é uma oferta que, embora não tenha sido concertada previamente com a sociedade visada ou com a OI, é positiva e colaborante. Não sendo uma oferta hostil, iremos iniciar de imediato um conjunto de contactos com as entidades relevantes, sabendo que esta nossa iniciativa pressupõe a congregação de um conjunto de vontades", refere.

Segundo a mesma fonte, o "objectivo final é a aquisição de uma participação relevante, mas minoritária e não de controlo, no capital da Oi, permitindo a manutenção da unidade do grupo Portugal Telecom, reconhecendo e potenciando a capacidade tecnológica da empresa, ao mesmo tempo que é reforçada a capacidade da Oi num momento crítico do mercado de telecomunicações".

Acrescenta que "a oferta faz parte de um plano de crescimento de longo prazo e de reforço das capacidades e dos activos humanos das empresas envolvidas e propõe uma contrapartida financeira justa e equitativa".

Fonte próxima de Isabel dos Santos disse ao Negócios que outro objectivo desta oferta visa "reforçar o núcleo duro de accionistas da PT, que ficou enfraquecido" com saída da Caixa geral de depósitos e o que aconteceu ao BES.

Salientou que há uma "diferença substantiva" entre esta oferta e a que a Altice fez pela PT Portugal. Esta oferta é feita em "Portugal e no mercado", enquanto as outras são no "Brasil e fora do mercado".

Segundo a mesma fonte, não há intervenção dos bancos portugueses no financiamento da operação, que será conseguido através da banca internacional e capitais próprios.

Diário de Notícias | Jornal de Negócios

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