O pedido de ajuda de Angola ao Fundo Monetário Internacional foi recebido com alívio pelos agentes económicos, mas também com críticas ao facto de ter demorado tanto tempo a ser feito. Não foi surpresa para os analistas. Segundo a Capital Economics, as necessidades de financiamento este ano equivalentes a 8 bilhões de dólares. O apoio máximo a que Angola pode aspirar do FMI é de 4.5 bilhões de dólares.
Angola é um dos países mais afetados pela desvalorização do preço do petróleo, que provocou uma crise cambial. As dificuldades estão a atingir há vários meses os portugueses que viam este mercado como uma prioridade. Agora, com o novo pedido de resgate e a previsão de que serão implementadas medidas de austeridade, Albano Ribeiro, presidente do Sindicato da Construção de Portugal, diz que o número de portugueses a deixar este país africano deverá aumentar.
O pedido de ajuda ao FMI vai implicar algo que os portugueses conheceram nos últimos anos: austeridade, embora com formas de aplicação diferentes
Os cidadãos nacionais residentes no país e estrangeiros titulares de cartão de residência válido vão a partir de hoje (quinta-feira) poder sair do território nacional com menos dinheiro, em função da alteração dos valores de entrada e saída de bens monetários por pessoas singulares.
Uma linha telefónica de apoio ao cidadão, através da Unitel e canal de whatsapp, foi criada pelo Governo de Luanda em prol de uma gestão participativa e construtiva para o bem da província.
Novos cartões pré-pagos do tipo recarregáveis e não recarregáveis serão lançados em Junho deste ano pelo Banco Sol, fruto da parceria estabelecida hoje, quinta-feira, com a MasterCard, anunciou o director da banca electrónica, Nelson Candeeiro.
A situacao económica e financeira de Angola é muito mais grave do que o Governo diz de acordo com os partidos políticos com assento parlamentar.
O ministro dos Petróleos angolano assumiu hoje a sua ligação a uma empresa na lista comprometedora divulgada na fuga de informação envolvendo a firma de advogados panamiana Mossack Fonseca, mas garante que aquela não chegou a exercer atividade.
O pedido formal de Angola ao Fundo Monetário Internacional, hoje dado a conhecer por esta instituição, é um “SOS”. De um país numa situação económica e financeira cada vez mais débil, onde os salários da função pública são pagos com atraso e a braços com uma crise de saúde pública. Com o arrastar dos baixos preços petrolíferos, o governo não teve alternativa senão pedir ajuda.
O diário luso Jornal de Notícias revela, na primeira página da edição desta quinta-feira, que os expatriados portugueses estão a ser “obrigados a traficar diamantes para trazer salário de Angola”. O 'engenho', escreve a publicação aguça-se à medida do agravamento da crise.