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Sexta, 29 Abril 2016 15:00

FMI/Angola: Embaixada desmente promessa de usar FMI para pagar salários na construção

A embaixada de Angola anunciou hoje que foi com "perplexidade" que acolheu as declarações que dão conta que a ajuda externa a Angola ia ser canalizada para pagar os salários em atraso no setor da construção civil.

"Foi com perplexidade que acompanhámos as declarações à comunicação social do senhor Albano Ribeiro, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Portugal, à saída da audiência que lhe foi concedida pelo Embaixador da República de Angola em Portugal, José Marcos Barrica, segundo as quais o embaixador garantiu que a ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI) vai servir para pagar salários na construção civil, e que a questão dos salários dos expatriados ficará tudo resolvido até ao próximo mês de junho do corrente", diz a embaixada. 

Numa nota de imprensa divulgada hoje ao princípio da tarde, a embaixada confirma o encontro de 30 minutos na quinta-feira de manhã, mas sublinha que o embaixador "não pode deixar de distanciar-se das afirmações perentórias do senhor Albano Ribeiro, sobre uma hipotética garantia" de que a ajuda financeira do Fundo Monetário Internacional vá servir para pagar os salários atrasados na construção civil. Ler mais em:  

Comunicado da Embaixada de Angola

A Embaixada da República de Angola em Portugal, vem esclarecer, o seguinte;  

1. No dia 28 de Abril de 2016, o Embaixador da República de Angola em Portugal, José Marcos Barrica recebeu, em audiência, nas instalações da Embaixada, e à pedido deste, o Senhor Albano Ribeiro, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil.

2. Durante o encontro de cerca de trinta minutos, o senhor Albano Ribeiro falou da actual situação dos trabalhadores portugueses afectos à construção civil em Angola, mormente as dificuldades sociais que os mesmos e respectivas famílias enfrentam, devido ao atraso no pagamento dos seus salários.

3. Por sua vez, o Embaixador José Marcos Barrica informou ao seu interlocutor da presente e crítica conjuntura económica e financeira de Angola, por razões sobejamente conhecidas, de cuja consequência resultou a diminuição das receitas do Estado, o que tem dificultado o pagamento de algumas despesas por parte das autoridades angolanas não só às das empresas privadas do sector da construção civil portuguesas, mas também de outros sectores e nacionalidades, e até de empresas nacionais. Deu a conhecer que em face disso, e no quadro do plano de ajustamento da economia nacional, Angola tem recorrido à várias fontes de financiamento, incluindo o Programa de Financiamento Ampliado do Fundo Monetário Internacional (FMI). O Embaixador informou ainda que os eventuais recursos financeiros provenientes dessas fontes visam fundamentalmente apoiar o processo de reformas que o País tem vindo a realizar, no domínio da estabilidade macroeconómica e da diversificação da sua economia.

 4. No encontro, o Embaixador reconheceu a actual situação financeira com que estas empresas e os seus trabalhadores se batem, preocupação partilhada pelas autoridades angolanas, que envidam os esforços necessários para ultrapassá-la o quanto mais breve possível.

5. Neste contexto, apesar de admitir a situação vigente, e sem prejuízo dos esforços que o Estado Angolano tem vindo a desenvolver para a resolver, a Embaixada da República de Angola em Portugal não pode deixar de distanciar-se das afirmações peremptórias do senhor Albano Ribeiro, sobre uma hipotética garantia de que “a ajuda do Fundo Monetário Internacional (FMI) vai servir para pagar salários na construção civil”, até ao próximo mês de Junho do corrente”.

 

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