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Quinta, 31 Março 2016 19:23

Consulado Geral de Angola no Porto vandalizado

Luanda - O Consulado Geral de Angola no Porto foi vandalizado na última segunda-feira por um grupo de cidadãos portugueses não identificados, de acordo com uma nota da missão consular, a que a Angop teve hoje acesso.

Citando o cônsul geral de Angola no Porto, Domingos Vieira Lopes, a nota refere que o incidente aconteceu cerca das 17h30, por mais ou menos  quinze manifestantes, provocando danos materiais, sujidade e a grafitação de paredes e vidros.

De acordo com as mesmas informações, ao contrário de anteriores concentrações ou manifestações, a Polícia de Segurança Pública não se fez presente, tendo os autores grafitado paredes e vidros com dizeres como "liberdade já".

A concentração, lê-se, teve lugar quando as instalações consulares, situadas na Rua Dr. Carlos Cal Brandão, já se encontravam encerradas, fora do horário normal de expediente.

Supõe-se que "o grupo de manifestantes esteja ligado aos demais movimentos anti-Governo de Angola espalhados em Portugal (...) com a intenção de pressionar o Governo angolano no processo dos 15+2 cidadãos nacionais angolanos, condenados por actos preparatórios de rebelião e associação de malfeitores".

O Porto grita por “Liberdade em Angola, já!”

Na tarde de sexta-feira o Porto vai unir-se numa marcha em solidariedade com os 17 ativistas angolanos condenados no início da semana. O protesto começa na rotunda da Boavista, às 16h00 e segue para o Consulado de Angola.

É na Rotunda da Boavista que vai ter início uma marcha de protesto contra o regime angolano, na sequência da condenação dos ativistas detidos em junho de 2015, durante a discussão do livro “Da ditadura à democracia”.

O protesto surge um dia depois da Assembleia da República (AR) votar os textos do Partido Socialista (PS) e do Bloco de Esquerda (BE), que condenam  a sentença aplicada aos ativistas. O objetivo da marcha passa por mostrar ao governo angolano que “censura e repressão não são mais toleráveis nos dias de hoje” e que a luta pacífica pela justiça e pela democracia não deve dar direito a prisão.

“Enquanto não houver liberdade para todos, nenhum de nós será verdadeiramente livre”

A marcha está a ser organizada por um grupo de quatro amigos que, mediante a fraca publicitação e adesão ao protesto da passada segunda-feira, decidiram sair à rua novamente. São ativistas em solidariedade com outros ativistas. Leonor Figueiredo, uma das jovens, admite que, à semelhança do que costuma acontecer em Lisboa, o apoio da Amnistia Internacional (AI) traria mais valor e dimensão à marcha. Ainda sem certeza, a licenciada e mestre em Literatura pela Universidade do Porto,  garante que entrou em contacto com a AI e que está a contar com a presença da ONG.

Além das críticas ao governo angolano, explícitas nos cartazes feitos para o evento, os apelos do protesto chegam também ao governo português, que “deve ter alguma coisa a dizer”, quer pela relação histórica com Angola, quer pela “responsabilidade que o sistema democrático português acarreta”. Leonor espera ainda que a Assembleia da República aprove o voto de condenação, relembrando o chumbo da proposta apresentada em janeiro, pelo BE.

A marcha vai ter  início na Rotunda da Boavista, às 16h, por ser um local de grande movimentação, e deve prolongar-se pela tarde, numa caminhada a gargantas abertas e cartazes em punho, até ao Consulado de Angola, pela simbologia que o local representa.

© Angop | JPN

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