A pedido dos advogados de defesa, apenas os arguidos já ouvidos e aqueles a serem interrogados estarão no tribunal
A pedido dos advogados de defesa, apenas os arguidos já ouvidos e aqueles a serem interrogados estarão no tribunal
"Todos os dias são obrigados a acordar às 04:00, para chegarem ao tribunal às 06:00. Até do ponto de vista emocional é desgastante e podiam depois fazer depoimentos que não seriam favoráveis", explicou ainda o advogado David Mendes, acrescentando que o tribunal acolheu esta pretensão, que já está a ser colocada em prática.
O interrogatório de Domingos da Cruz pode prolongar-se por mais dias, porque o também jornalista volta ao banco dos réus na próxima segunda-feira (23.11).
Para Luis do Nascimento, um dos quatro advogados de defesa dos ativistas, esta semana foi pouco produtiva. De acordo com o causídico, não houve nenhuma questão relacionada com o livro.
"Sinceramente, nós esperávamos que depois da leitura do livro fossem colocadas questões relacionadas com o escrito. Para surpresa nossa, não houve pergunta alguma."
Num comunicado tornado público, o tribunal de Luanda informou que na sala das audiências só podem estar dois familiares de cada activista, uma decisão contestada pelos parentes. Entretanto, os jornalistas continuam sem autorização para assistir o julgamento.
Escritos nas camisolas levam a ato crime
Entretanto, foi instaurado um processo-crime aos dois ativistas Hitler Samussuku e Benedito Jeremias, que compareceram com frases escritas nos uniformes da prisão, confirmou à imprensa o advogado Luís do Nascimento.
"Já foi criado um ato por crimes de danos a propriedade do Estado. Este crime pode ser dano a propriedade móvel e/ou imóvel."
O julgamento continua na próxima semana, entre 23 e 27 de novembro, na 14.ª Secção do Tribunal Provincial de Luanda, em Benfica, sem a presença de jornalistas. Dos 17 arguidos em julgamento, acusados da coautoria de atos preparatórios para uma rebelião e um atentado ao Presidente angolano, crime punível com até três anos de prisão, 15 estão em prisão preventiva desde junho.
DW Africa