De acordo com o jornalista, as duas companhias aéreas combinam preços e até o atraso ou mesmo cancelamento dos seus vôos. “Até no desrespeito aos passageiros actuam como siameses”, visto que uma e outra aumentam os preços das passagens sem qualquer fundamento económico.
“Em ambas companhias, um bilhete de passagem pode aumentar o preço duas a três vezes no mesmo dia. É óbvio que autoridades angolanas e portuguesas calam-se não porque desconheçam os abusos praticados pelas duas companhias de bandeira, mas porque deles devem decorrer muitos benefícios pessoais”, denunciou Campos.
Observou por isso que em Angola, ao desgraçado comerciante que ocorra a (má) ideia de acrescentar uns tostões aos preços tabelados terá à perna, o mais tardar no dia seguinte, a Polícia Económica, a ANIESA e todas as outras instituições aparentemente criadas com o exclusivo propósito de extorquir os cidadãos.
“Viajando, sempre, a expensas do erário e nas selectas primeira classe e classe executiva, os governantes angolanos, sobretudo estes, jamais se inquietarão com a roubalheira que TAAG e TAP combinam e praticam impunemente”, considerou.
Segundo ainda relatou, se depender do “Manhã de Domingo”, em Angola, e de Pedro Nuno Santos, o ministro das Infraestruturas de Portugal, que tutela a TAP, serão os passageiros de e para Angola que continuarão a arcar com os custos operacionais das duas companhias.
Nestes termos denunciou que a TAAG e a TAP só manipulam os preços dos bilhetes nos destinos que visam os respectivos países, salientando que, no dia em que a TAP ousar acrescentar, injustificadamente, alguns cêntimos de euros a bilhetes de passagem para destinos como Estados Unidos, Austrália, Nova Zelândia ou, mesmo, no espaço europeu, não só perderia os passageiros como se arriscaria a perder a licença de voo. “O mesmo sucederia se adiasse ou cancelasse vôos sem razões plausíveis”, entendeu.
“Com a “petralhada”, que é assim que TAAG e TAP tomam a generalidade dos passageiros de e para Angola, um simples reagendamento de viagem pode custar o dobro ou mesmo o triplo do preço”, denunciou ainda.
É igualmente de opinião que, em Angola, seguramente, os passageiros das companhias aéreas não estão entre os angolanos que o ministro dos Transportes jurou servir.
O desdém com que TAAG, sobretudo, e a TAP reagem às reclamações dos passageiros de e para Angola, segundo Graça Campos, prova que ambas companhias têm, na retaguarda, entidades que lhes dão amparo. “Em linguagem do dia-a-dia dir-se-ia que as duas empresas têm costas largas”.