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Segunda, 31 Mai 2021 11:54

Major Pedro Lussaty confessa que é único proprietário dos bens apreendidos pela PGR

Durante o primeiro interrogatório de 4 horas a que foi submetido, no dia 27 deste mês, pela Direção Nacional de Investigação e Ação Penal (DNIAP), Pedro Lussaty, major das Forças Armadas Angolanas (FAA), assumiu ser o único proprietário do dinheiro e de outros bens encontrados consigo no momento da detenção.

Uma fonte ligada à referida investigação, avançou que Pedro Lussaty, que até Novembro de 2017 esteve ligado à Casa de Segurança do Presidente da República, terá confessado que tudo foi adquirido ao longo dos últimos anos, através de poupanças e de negócios transparentes.

Na ocasião, o major garantiu igualmente que pode provar a titularidade dos mesmso bens se o processo for introduzido em tribunal.

No entanto, Lussaty descartou também a possibilidade de a fortuna pertencer a outras figuras, entre as quais altas patentes das FAA, exoneradas recentemente pelo Presidente da República, João Lourenço.

O Major das FAA, Pedro Lussaty, ex-funcionário de um dos serviços da Casa de Segurança da Presidência da República (era de JoséEduardo dos Santos), foi detido a 18 de Maio, ao tentar, presumivelmente fugir com duas malas contendo somas avultadas de dinheiro em dólar e Euro.

O Chefe das Finanças da Banda Musical da Presidência da República, Major Pedro Lussaty, foi detido, quando transportava as referidas malas carregadas com mais de 10 milhões de dólares e mais de 4 milhões de euros, cujos proprietários não referiu, alegando apenas que procurava retirar do país.

Em conexão com o caso, o Presidente da República exonerou, na segunda-feira, 24, seis tenentes generais nomeadamente Ernesto Guerra Pires, do cargo de Consultor do Ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Angelino Domingos Vieira, do cargo de Secretário para o Pessoal e Quadros da Casa de Segurança do Presidente da República.

Exonerou ainda, José Manuel Felipe Fernandes, do cargo de Secretário-Geral da Casa de Segurança do Presidente da República, João Francisco Cristóvão, do cargo de Director de Gabinete do Ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Paulo Maria Bravo da Costa, do cargo de Secretário para Logística e Infra-Estruturas da Casa de Segurança do Presidente da República e ainda o brigadeiro José Barroso Nicolau, do cargo de Assistente Principal da Secretaria para os Assuntos dos Órgãos de Inteligência e Segurança de Estado da Casa de Segurança do Presidente da República.

Importa realçar que, uma fonte ligada à Casa de Segurança da Presidência da República, revelou que a operação integra "um esquema antigo em que estão envolvidos o Governador do Banco Nacional de Angola, José de Lima Massano, Bento Kangamba e tantos altos funcionários" das FAA.

Mais recentes dados que Angola24Horas teve acesso, de fonte segura, dão avançam que o presidente João Lourenço, chamou com urgência, José Lima Massano para uma reunião no Palácio Presidencial, após a detenção no aeroporto 4 de Fevereiro do major Pedro Lussaty.

De referir que a fonte, revelou ainda que o mesmo montante é colocado fora do sistema bancário, através do saco azul da Presidência, com o qual se fazem diversos pagamentos sem necessidade de justificativos, sendo que, os militares envolvidos no esquema conseguem manejar avultadas somas de dinheiro fora do sistema bancário, alegadamente com a colaboração e ou autorização do Governador do BNA, José Massano.

O BNA, disse em nota de imprensa que o dinheiro em referência, saiu de um banco comercial, obedecendo integralmente as regras e protocolos vigentes, na mesma altura em que este banco central anunciou a abertura de um inquérito.

Pouco depois, o procurador-geral da República, Hélder Pitta Gróz, terá adiantado que a instituição que dirige já tem dados sobre a proveniência do dinheiro apreendido na operação "Caranguejo".

"A Procuradoria-Geral da República tem quase a certeza que os valores foram retirados através do Orçamento Geral do Estado (OGE)", afirmou Hélder Pitta Gróz, em Saurimo, Lunda Sul.

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