Em declarações à Rádio Nacional de Angola, a médica Graça Manuel, que falava em nome do INLS, considerou infundadas as declarações e acusações feitas por familiares da menor.
Nos últimos dias, familiares da mesma veicularam, por via das redes sociais, informações que davam conta de uma suposta contaminação da criança.
A propósito, Graça Manuel esclareceu que, com a transfusão sanguínea, a criança esteve exposta ao vírus, mas não foi contaminada.
Com base em evidências científicas, afirmou, a mesma "não tem e não terá o VIH ou SIDA" como resultado desta exposição.
"Actualmente a criança é negativa. Temos exames complementares que demonstram e apresentam negatividade", reafirmou.
Adiantou que em função das "medidas tomadas e do seguimento rigoroso do estado da criança, foi possível, nas análises regulares, observar a redução gradual dos anticorpos até a sua eliminação e a confirmação de ausência da carga viral, o que significa que a criança foi exposta, mas não foi infectada".
O Instituto Nacional de Luta contra a SIDA avaliou a criança e cerca de 18 horas após a transfusão com sangue contaminado, iniciou o tratamento preventivo com antirretrovirais, que de acordo com os protocolos internacionais deve ser iniciado até 72 horas após uma exposição ao VIH, para evitar a sua entrada e replicação nas células do sistema imunológico do indivíduo exposto.
No mundo, há pelo menos mais dois casos que foram publicados em revistas científicas e que tiveram o mesmo desfecho.
Em 1998, no Brasil, uma mulher adulta negativou na amostra do sétimo mês após transfusão. Já em 2014, na Arábia Saudita, publicado em conjunto com a Universidade de Harvard, uma criança de 12 anos negativou no sexto mês após a exposição.