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Domingo, 05 Junho 2016 09:27

Laiz Eduardo teme extinção da FNLA

Laiz Eduardo, que ainda se identifica como assessor para a imprensa do presidente da FNLA, teme pela extinção do partido, caso Lucas Ngonda continue na liderança.

O político fez essa afirmação ontem quando reagia, ao Jornal de Angola, às críticas das organizações juvenil e dos antigos combatentes da FNLA, por ele e o secretário para os assuntos políticos, Tristão Ernesto, terem realizado, na última terça-feira, uma conferência de imprensa na qual criticaram a liderança do partido.

Até há bem pouco tempo secretário para a informação do partido, Laiz Eduardo disse que não retirava nenhuma palavra do que disse na terça-feira e alertou para o que considerou de risco de extinção em que a FNLA se encontra, numa referência ao imperativo legal segundo o qual o partido que não obtém pelo menos 0,5 por cento dos votos é extinto.

O político justificou o seu receio com o suposto nepotismo, falta de democracia do presidente Lucas Ngonda e a pretensa letargia em que o partido se encontra. Afirmou que a FNLA está numa inércia de bradar os céus, sobretudo se for tido em atenção o facto do partido ter sido o pioneiro na luta de libertação nacional, ainda com a designação de UPA.

“Como é que o presidente da histórica FNLA consegue dormir e acordar tranquilamente estando à testa de um partido que não realiza qualquer actividade para a sua afirmação”, questionaram Tristão Ernesto e Laiz Eduardo, durante a conferência realizada esta semana. Segundo estes dois políticos, Lucas Ngonda apenas se desloca ao interior do país enquanto deputado à Assembleia Nacional.

Em recente entrevista ao Jornal de Angola, o presidente da FNLA falou em novas dinâmicas e na reestruturação profunda do partido, para que deste modo deixe para trás períodos marcados pelo desentendimento no seio dos “irmãos”. Relativamente aos comunicados da JFNLA e dos antigos combatentes do partido, Laiz Eduardo afirmou ontem que tinha provas de que os mesmos foram elaborados pelo presidente e entregues aos chefes respectivos. “Neste momento, (Lucas Ngonda) está a coagir o braço feminino e os comités provinciais do partido para se pronunciarem a seu favor”, disse.

Verdade ou não, o facto é que o primeiro secretário da FNLA no Huambo, José Gomes, apelou sexta-feira aos militantes no sentido de estarem unidos, visando a coesão do partido, “ao invés de se deixarem influencia por indivíduos que tentam desestabilizar ”, numa clara alusão a Laiz Eduardo e Tristão Ernesto.

José Gomes disse que o maior problema está nestes dois militantes que nas vésperas das eleições de 2012 haviam renunciado à FNLA por motivos inconfessos, aderindo a outra formação política, entretanto já extinta por não conseguir a percentagem necessária para se manter na cena política. Laiz, por sua vez, diz que o problema está na forma como o partido está a ser dirigido. Acusou Lucas Ngonda de estar a transformar a FNLA numa monarquia, onde não há respeito pelas regras e pelos critérios de democracia interna. A título de exemplo, citou o facto de ele e Tristão Ernesto estarem a ser ostracizados pelo facto de terem criticado o actual funcionamento do partido.

“Não há democracia nem debates internos. Por isso, viemos a público explicar o que vai mal. Se não existe uma forma de lavarmos a roupa suja dentro de casa, não encontramos outra via senão vir a público”, disse Laiz Eduardo para justificar a realização da conferência de imprensa.

Jornal De Angola

 

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