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Domingo, 30 Novembro 2014 22:27

Militantes da FNLA querem boicotar congresso

Lucas Ngonda encurralado Lucas Ngonda encurralado

O veterano dirigente  da  FNLA Ngola  Kabangu  disse  ontem  ao Novo Jornal, que “neste momento, o indispensável é criar as condições para um diálogo franco e democrático, que conduza o partido a um congresso estatutário e aberto”.

Kabangu, que reagia  à  abertura das  candidaturas  à  presidência  referentes ao congresso de Janeiro de 2015, referiu que o conclave não é estatutário.

“A nossa posição é suficientemente clara: Dialogar primeiro e realizar depois juntos o congresso de reunificação da FNLA”, defendeu.

Kabangu e Lucas Ngonda, actual líder, têm andado nos últimos anos a disputar a legalidade da liderança do  partido,  inclusive  com  recurso aos tribunais. Kabangu já foi líder do partido (de 2007 a 2010), estando agora essa tarefa à cargo de Lucas Ngonda. Ngola  Kabangu,  também  antigo  líder  do  grupo  parlamentar  da FNLA,  assegurou  que  continua  a envidar  todos  os  esforços  para  se aproximar dos irmãos do outro lado, para dar início ao diálogo tão esperado pelos militantes, simpatizantes e amigos do partido.

Entretanto,  duas  candidaturas já estão perfiladas para a corrida à liderança da FNLA. Depois do militante  José  Fernando  Fula  «To  Zé» ter formalizado a entrada na corrida à presidência do partido, coube agora ao militante Fernando Gomes avançar com as formalidades nesse sentido, na passada segunda-feira.

No congresso de 2010, que elegeu Lucas  Ngonda  como  presidente  do partido,  com  660  votos,  Fernando Gomes concorreu e ficou-se por uns escassos 14 votos.

No mesmo conclave, o psicólogo Carlinhos Zassala ficou em segundo lugar, com 101 votos e Miguel Damião, em terceiro, com 18 votos.

“Desta  vez,  o  cenário  será  diferente”,  garantiu  ao  Novo  Jornal Fernando  Gomes,  salientando  que “os  militantes  querem  mudanças significativas a nível da direcção do partido”.

“Um  partido  histórico  não  pode continuar na posição em que se encontra. Queremos que nas próximas eleições  a  FNLA  tenha  uma  representação  parlamentar  significativa”, acrescentou.

“Para que isso aconteça”, defendeu Fernando Gomes, “é necessário que  os  militantes  e  delegados  ao congresso reflictam seriamente sobre o futuro da organização.

A situação é tensa no seio do partido dos irmãos. Ontem, um grupo de  militantes  influentes  da  FNLA convocou a imprensa para protestar a forma como Lucas Ngonda pretende organizar o congresso.

Augusto  Jacinto  Paulo,  João  do Nascimento Fernandes, Miguel Pinto, José Boaventura e Vicente Albino, expulsos por Lucas Ngonda da direcção do partido, disseram que o congresso não é estatutário.

Os membros do Bureau Político da FNLA acima referidos recorreram ao Tribunal Constitucional e acabaram por ganhar a causa. No seguimento da decisão judicial, o mesmo Tribunal orientou Lucas Ngonda para que os militantes expulsos reocupassem os cargos a nível do Bureau Político.  Esta instância judicial considerou que Lucas Ngonda tinha usurpado poderes de outro órgão do partido, mais concretamente do Comité Central.

Desafiando a decisão do Tribunal Constitucional, Lucas Ngonda  nomeou para a vice-presidência Jorge Vunge Kiavembua e para secretário-geral David Alberto Mavinga.

Este, segundo apurou o Novo Jornal, face à violação sistemática dos estatutos por parte de Lucas Ngonda, já abandonou os cargos que detinha no partido.

NJ

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