Kabangu, que reagia à abertura das candidaturas à presidência referentes ao congresso de Janeiro de 2015, referiu que o conclave não é estatutário.
“A nossa posição é suficientemente clara: Dialogar primeiro e realizar depois juntos o congresso de reunificação da FNLA”, defendeu.
Kabangu e Lucas Ngonda, actual líder, têm andado nos últimos anos a disputar a legalidade da liderança do partido, inclusive com recurso aos tribunais. Kabangu já foi líder do partido (de 2007 a 2010), estando agora essa tarefa à cargo de Lucas Ngonda. Ngola Kabangu, também antigo líder do grupo parlamentar da FNLA, assegurou que continua a envidar todos os esforços para se aproximar dos irmãos do outro lado, para dar início ao diálogo tão esperado pelos militantes, simpatizantes e amigos do partido.
Entretanto, duas candidaturas já estão perfiladas para a corrida à liderança da FNLA. Depois do militante José Fernando Fula «To Zé» ter formalizado a entrada na corrida à presidência do partido, coube agora ao militante Fernando Gomes avançar com as formalidades nesse sentido, na passada segunda-feira.
No congresso de 2010, que elegeu Lucas Ngonda como presidente do partido, com 660 votos, Fernando Gomes concorreu e ficou-se por uns escassos 14 votos.
No mesmo conclave, o psicólogo Carlinhos Zassala ficou em segundo lugar, com 101 votos e Miguel Damião, em terceiro, com 18 votos.
“Desta vez, o cenário será diferente”, garantiu ao Novo Jornal Fernando Gomes, salientando que “os militantes querem mudanças significativas a nível da direcção do partido”.
“Um partido histórico não pode continuar na posição em que se encontra. Queremos que nas próximas eleições a FNLA tenha uma representação parlamentar significativa”, acrescentou.
“Para que isso aconteça”, defendeu Fernando Gomes, “é necessário que os militantes e delegados ao congresso reflictam seriamente sobre o futuro da organização.
A situação é tensa no seio do partido dos irmãos. Ontem, um grupo de militantes influentes da FNLA convocou a imprensa para protestar a forma como Lucas Ngonda pretende organizar o congresso.
Augusto Jacinto Paulo, João do Nascimento Fernandes, Miguel Pinto, José Boaventura e Vicente Albino, expulsos por Lucas Ngonda da direcção do partido, disseram que o congresso não é estatutário.
Os membros do Bureau Político da FNLA acima referidos recorreram ao Tribunal Constitucional e acabaram por ganhar a causa. No seguimento da decisão judicial, o mesmo Tribunal orientou Lucas Ngonda para que os militantes expulsos reocupassem os cargos a nível do Bureau Político. Esta instância judicial considerou que Lucas Ngonda tinha usurpado poderes de outro órgão do partido, mais concretamente do Comité Central.
Desafiando a decisão do Tribunal Constitucional, Lucas Ngonda nomeou para a vice-presidência Jorge Vunge Kiavembua e para secretário-geral David Alberto Mavinga.
Este, segundo apurou o Novo Jornal, face à violação sistemática dos estatutos por parte de Lucas Ngonda, já abandonou os cargos que detinha no partido.
NJ