Quarta, 15 de Mai de 2024
Follow Us

Quarta, 30 Março 2022 18:15

António Venâncio diz que em regime de partido único ditaduras levam tempo a superar

O engenheiro civil e militante do MPLA, António Venâncio, disse esta quarta-feira, 30 de março que, em regime de partido único, alguns dos procedimentos em governação, actos administrativos ou decisões discricionárias levam tempo a superar, mesmo depois de identificados como ditatoriais, indecentes, melhor dito, deselegantes.

De acordo com António Venâncio, um destes procedimentos, é a exoneração de um cargo público.

Esta semana, recorda, o tema veio à tona nas redes sociais, com grande participação dos cidadãos, depois de uma entrevista concedida à rádio LAC, pelo antigo Comandante Paulo de Almeida, exonerado do cargo, estando no estrangeiro e sem qualquer sinal claro de transparência, como aliás ficou entendido de suas próprias palavras.

Observou o veterano militante que, em regimes democráticos, onde a alternância entre partidos vigora por intervalos curtos de tempo por 5 ou 10 anos, os quadros mais capacitados do país, os de competência comprovada são alvo de grande procura, e os partidos os respeitam, nunca de modo acintoso, porque os têm como reservas, quer como intelectuais indispensáveis, quer como valores acrescidos na luta pela materialização garantida dos seus programas de governo.

Já nos regimes de partido único, de feição altamente centralizadora, onde as instituições, o sector publico empresarial e privado estão permanentemente nas mãos de um só partido vencedor, Venâncio adianta que a preocupação com a qualidade dos quadros pouco lhes importa.

"Estudos recentes mostram, que nos países onde há mais liberdade, mais respeito aos quadros, mais alternativas ocupacionais dos indivíduos na sociedade, menos corrupção e onde os partidos políticos se revezam no poder, é melhor a qualidade de vida, é maior o respeito por parte daqueles que governam", conforme o engenheiro civil.

Aí, sublinha, qualquer fraqueza por parte de alguém que detém um importante cargo deixa de ser preocupação do exonerado, e passa a ser um revés de quem o exonera.

Defendeu por isso, que num país organizado, não só quem for injustamente exonerado estará tranquilo partindo para outra ocupação, por vezes de maior conforto e remuneração pela qualidade do seu trabalho, como pedem demissão do cargo quando se sentirem maltratados.

"O nosso país ainda mal completou a transição de um país de pensamento político de partido único, monopartidário e fortemente partidarizado, para um país em salutar concorrência interpartidária, com alternâncias políticas previsíveis em função do desempenho de cada governo", frisou.

É, para António Venâncio, por isso que há lamentos dos injustamente exonerados, e nunca de quem mal exonera. "As coisas estão invertidas".

Rate this item
(1 Vote)