Chamado a reagir aos rumores, Abel Chivukuvuku esclareceu que tem usado “fundos próprios” na corrida para a legalização do PRA-JA, do qual é coordenador da comissão instaladora e que espera agora pelo “sim”, do Tribunal Constitucional, órgão com competência para validar a criação dos partidos políticos. “Até aqui, assumo, foram custos próprios”, disse Chivukuvuku, admitindo ter noção das suas limitações financeiras.
“Por isso, aceitarei os angolanos de bem e de boa vocação, que poderem contribuir, mas não tenho nada a ver com a senhora Isabel dos Santos, nunca me ajudou”, disse, para depois alertar para que os angolanos preocupem-se mais a pensar na melhoria das condições das do País, fazendo referência ao facto de a pobreza atingir mais da metade da população.
Na sua agenda para a política nacional, traçou como objectivos a legalização do PRA-JA em 2019, participação nas eleições autárquicas em 2020, crescimento da organização em 2021, sendo que em 2022 pretende ser alternativa à actual governação.
Durante o encontro, com a presença de vários jornalistas de renome, Abel Chivukuvuku recordou que o PRA-JA, apresentado no dia 2 de Agosto, é uma força política visionária e patriótica comprometida com os angolanos. Sublinhou que o encontro com os jornalistas teve como objectivo partilhar a visão com os angolanos de bem e sobretudo ouvir opiniões contrárias e assim contribuir para a construção de um país melhor.
Sobre a formalização do partido, lembrou que neste momento estão na primeira etapa, que passa pela legalização da Comissão Instaladora, que leva entre 15 e 30 dias.
Depois disso, reforçou, têm 90 dias prorrogáveis até 180 dias para o processo de recolha de assinaturas que darão suporte para a legalização do partido.
Em declarações ao Jornal de Angola, o jornalista Amílcar Xavier considerou positiva a iniciativa. “Abel Chivukuvuku é um líder político com uma dimensão inquestionável, que pretende estabelecer uma relação de proximidade com os jornalistas. Isto faz parte do marketing que os políticos modernos inscrevem como um exercício importante para a afirmação e mediatização das suas acções”, sublinhou.
Carlos Rosado de Carvalho, outro jornalista, disse ser importante que os políticos reúnam e falem com os jornalistas num ambiente mais informal e descontraído, que não seja daquelas coisas de conferência de imprensa e entrevistas, que permitam conhecer os políticos além dos ambientes formais.
O conselheiro da ERCA Carlos Alberto disse que quantos mais partidos sérios na oposição o país tiver, melhor será para a democracia, “porque o MPLA só pode evoluir se tiver uma oposição forte”.
Carlos Alberto reconheceu que Chivukuvuku deve uma explicação aos cidadãos que depositaram a confiança no pleito eleitoral de 2017. “Não pode hoje formar um novo partido e simplesmente ignorar aquilo que aconteceu nas eleições de 2017, pode acontecer uma quebra de confiança dos eleitores, daí a necessidade de justificar porque a mudança de postura e de partido. É preciso explicar, sem tabus, que tem a ficha limpa para que os cidadãos possam confiar”, disse.