Segundo informações de fontes seguras, a nova crise começou com a exoneração de um grupo composto por seis militantes, acusados de conspiração e desvio de fundos durante a campanha eleitoral de 2012. Os militantes exonerados, na sua maioria membros do Bureau Político do partido, negam às acusações e alegam que o presidente não tem competência para as fazer.
"Nós, membros do Bureau Político do Comité Central, somos eleitos. Ele pode exonerar-nos do exercício de cargos executivos, mas o chefe do executivo é o secretário-geral, segundo os nossos estatutos. Ele é quem faz a proposta da nomeação ou exoneração e não o presidente, directamente. Por outro lado, proibiu-nos de entrar nas instalações do partido e trancou os gabinetes", afirmou um dos exonerados.
De acordo com dados em posse do Agora, o assunto foi encaminhado para o Tribunal Constitucional, em virtude de entenderem que é a instituição a que se deve recorrer para dirimir também os conflitos internos dos partidos.
O presidente da FNLA, Lucas Ngonda, citado pela RNA, minimizou o caso, afirmando que se trata de uma questão interna da sua estrutura político-partidária.
"Não são questões da imprensa", disse.
"Nós, que dirigimos o partido, sabemos interpretar os estatutos. Portanto, se tomamos alguma decisão, é porque alguma coisa existe, não são questões políticas, mas sim partidárias", afirmou.
Um documento chegado à redacção do Agora refere que os militantes exonerados venderam bens imóveis da FNLA que tinham sido adquiridos para servir de comités nos bairros do Cazenga e da Samba.
O referido documento acrescenta que a acção dos mesmos, aquando da campanha para as eleições, retardou a actividade da FNLA em cerca de 15 dias, tendo, deste modo, prejudicado a prestação a favor do partido durante o pleito.
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