A discussão sobre os resultados eleitorais veio agravar os sintomas de fragilidade do pé coxo do processo de paz: a reconciliação nacional. Apesar do sucesso do processo de paz, a reconciliação está há muito por se efectivar. Com toda a certeza foram registadas melhorias, disso não há dúvidas, mas estamos longe de estar numa sociedade em que somos tratados de igual modo. Sempre que um debate público se torna mais tenso e disputado, alguém se lembra de acusar o outro de ter estado num dos lados, de ter tido durante o conflito esta ou aquela posição, do que se conclui que, na verdade, os plenos direitos de cidadania subordinam-se à avaliação acerca do lado em que se esteve no conflito.
Por Ismael Mateus
O inocente, novo futuro ditador Angolano, João Manuel Gonçalves Lourenço, (JLo) caso seja instalado na Cidade Alta em Luanda, se transformara provavelmente no outro Nicolas Maduro, que desta vez em lugar de ser venezuelano, será angolano.
Por Orlando Fonseca
O pleito eleitoral de 23 de Agosto 2017 acabou na lógica de “tudo muda sem nada mudar”, com um toque de mágica em dom maior, protagonizado, no dia 6 de Setembro, por Silva Neto, presidente da CNE (Comissão Nacional Eleitoral) de quem se esperava maior lisura, honestidade e sinceridade intelectual, ao invés de elucubrações jurídicas. O público em geral e nós, os angolanos, em particular, esperavam higiene mental e, desde logo, o reconhecimento da falta de consenso entre os membros da CNE, por divergências interpretativas quanto à metodologia do apuramento dos resultados eleitorais.
Por William Tonet
Consequências jurídico-constitucionais, da não tomada de posse dos deputados dos Partidos da Oposição
Nos termos do numero 1 artigo 141º da Lei Constitucional: “o mandato dos deputados inicia com a tomada de posse e a realização da primeira reunião constitutiva da Assembleia Nacional, após as eleições e cessa com a primeira reunião após as eleições subsequentes, sem prejuízo de suspensão ou de cessação individual”.
Mas oxalá que os angolanos não estejam esperando, ver os partidos da oposição política á aceitarem a fraude eleitoral
Em situações como estas num país onde muita coisa perversa e anormal quase já são encaradas como normais ao ponto que se tornaram numa rotina, desconfiar é sempre melhor e mais seguro do que confiar.
Por Fernando Vumby
Quando falo de eleições livres e justas, já todos sabem a que me refiro. Não é necessário ser um jurisconsulto, pode – se muito bem expressar – se a clarividência eleitoral ocorrida ao 23 de Agosto através da seriedade com que o processo levado à cabo pela CNE teve, não obstante, observadores advindos do outro lado do oceano elevaram – se em aplausos evidenciando um acto exclusivo não visto ainda em nenhuma paragem de África e até então pelo mundo fora.
A 21 de Setembro teremos um novo presidente, depois de 38 anos de José Eduardo dos Santos. A Comissão Nacional Eleitoral, sem o apuramento legal dos votos em 15 das 18 províncias, já certificou João Lourenço como presidente-eleito. O MPLA vai continuar a governar, mantendo-se 47 anos no poder. Quem acha que a lei tem algum valor quando estão em jogo os interesses dos mandantes do MPLA, desengane-se.
Por Rafael Marques de Morais
Pateticamente João Melo veio agora a tentar atirar areia para os olhos dos angolanos menos atentos, afirmando, que a narrativa da fraude eleitoral começou a ser ventilada a 1 ano. Ainda bem que assim foi, porém, o articulista e fiel escudeiro da verdade insípida no regime, não conseguirá por mais tempo ludibriar o povo sofrido. O povo está atento e não mais partilha da ideia que somente o MPLA nasceu com sabedoria para governar.
Por Raúl Diniz