A frase a seguir constitui-se na verdade no centro da minha perplexidade; «Por isso, exorto os jovens revolucionários e não só a usarem de perspicácia e não consentirem sacrifícios desnecessários. Tendes o direito de manifestar, mas a democracia também tem outras avenidas que podeis percorrer para chegardes ao mesmo destino. Vivos e vitoriosos».
Existem momentos da vida que o silencio fala melhor que as palavras, e penso que na circunstancia a UNITA perdeu uma grande oportunidade de ficar calada. Então lutar de forma pacifica ( a não ser que a UNITA também não acredita em manifestações pacificas), é consentir sacrifícios desnecessários? A UNITA quer que os jovens no momento crucial como este ao invés de irem a luta (pacifica) simplesmente sujeitem-se? Não é essa UNITA que diz ter sido forçada a pegar em armas para defender a democracia? Não é essa UNITA que diz ter pegado em armas na luta contra o colonialismo consentindo muitos sacrifícios com perdas de vidas humanas em nome da independência nacional? Por acaso a UNITA está arrependida do seu passado?Ja não aceita consentir sacrifícios? É assim que se constituem em reserva moral da sociedade? Então qual é o papel da UNITA no contexto actual?
Com esse andar da carruagem a UNITA corre o risco de destruir-se por si, tudo porque começa a ser fantasma de si mesma e muitos dos seus membros me parece que têm medo de pertencerem a própria UNITA. A UNITA deve fazer uma introspecção profunda, há algo de errado com ela.
Por José Macuva Chipalanga