A vontade de liberdade dos angolanos é maior que os discursos inanimados do embaixador americano.
Apesar da agenda cumprida ter tido a duração máxima de cerca de 60 minutos, ela custou cerca de 24 milhões de USD dólares, aos cofres do estado angolano.
Para a sociedade civil organizada, essa viagem obedeceu a dois critérios fundamentais, onde a ironia e a ignorância reinaram em absoluto.
Do lado americano percebeu-se, que o interesse ficou bem vincado no apetite demonstrado no eventual financiamento do corredor do Lobito, esse dado apresentou ao mundo o município do Lobito, que entrou nos meandros da geoestratégia da política comercial internacional.
Já da parte angolana, prevaleceu a indissolúvel ignorância do dissimulado discurso obscurantista, que por sinal, pouco percetível e de todo inatendível do ponto de vista diplomático e nas relações entre os estados independentes.
Ficou igualmente claro, que João Lourenço, é despreparado para exercer o cargo de presidente da república.
A viagem aos estados Unidos, foi preenchida de excentricidades e vulgaridades da parte do presidente do MPLA e também da república angolana. Para a maior parte dos angolanos, a viagem pareceu tratar-se mais uma viagem turística do que de estado.
Porém, a verdade sobre a viagem de João Lourenço aos estados Unidos, poderá resvalar e sair do secretismo institucional, no após o pleito eleitoral americano, que se avizinha para novembro 2024. Até lá, prevalecerá a ética indecorosa do silêncio.
Outro apêndice notado na viagem do presidente João Lourenço aos Estados Unidos, foi o de se verificar, que a diplomacia angolana não é interventiva, menos ainda se trata de uma diplomacia prospetiva, que resguarde os interesses negociais do estado angolano. De facto, a diplomacia angolana além de ser ambígua, é igualmente desestruturada e sem nenhum alcance estratégico definido em política de estado.
O regime angolano tem a injustificável prática de utilizar conhecidas gangs diplomáticas altamente bem financiadas com dinheiro público, como acontece com o recrutamento de lobbies pagos aos milhões de dólares americanos, para somente aproximar o ditador angolano para junto da administração americana, isso só vem provar, que a diplomacia angolana é completamente disfuncional.
Desde que os angolanos se conhecem como gente, o governo do MPLA, além de se comunicar mal com a sociedade, é igualmente deficiente estruturalmente.
Quando um governo se utiliza de práticas nocivas para obter ganhos diplomáticos, comprando no mercado internacional consciências de diplomatas portugueses aposentados, para que estes, tracem as linhas mestras da sua política diplomática, significa que o regime faliu.
Em Angola, inexiste regulamentação baseada em princípios éticos que pragmatize uma diplomacia séria e interventiva.
Tudo piora ainda mais, quando o governo abusivamente usa o embaixador americano natural de Kinshasa, para proliferar no país a desinformação e mentiras desqualificáveis, que em nada ajudam a pacificação dos espíritos essas absurdas intervenções do embaixador americano servem apenas para obstruir a relação plena entre os angolanos.
Subentende-se que, na cabeça do embaixador bajulador, os angolanos não merecem o respeito da parte da administração americana. O embaixador americano de origem Zairense, age irresponsavelmente, como se de um membro do bureau político do MPLA se tratasse.
Cabe ao departamento de estado americano, colocar uma focinheira em torno da boca do seu embaixador, para que este pare de intrometer-se na vida interna dos angolanos.
Por outro lado, o formula empírica do secretismo doutrinal, introduzido pelo político-diplomata americano Henry Kissinger, em África, América latina e do Sul, não cabe mais introduzi-los na relação com os países livres.
Angola não pôde ser tratada como se fosse um dos muitos quintais dos Estados Unidos. O presidente dos Estados Unidos e de Angola, nas suas declarações políticas aquando do encontro entre os dois políticos, esqueceram-se de introduzir nelas o povo angolano, que na verdade, é o natural factor determinante de qualquer mudança de paradigma em Angola.
Os americanos sabem bem que os angolanos não se reveem no ditador chefe do MPLA, menos ainda acreditam no êxito das suas inúmeras viagens turística a Europa ocidental e aos Estados Unidos em busca de capital financeiro.
O presidente João Lourenço do MPLA, tem grande necessidade de encontrar patrocínios, que ajudem a corromper alguns deputados da oposição, afim de o ajudar a viabilizar o tão desejado alucinante terceiro mandato, de todo constitucionalmente impraticável.
Numa outra vertente e para terminar, apresento aqui a minha satisfação e faço vénia, vergando-me, cumprimento respeitavelmente o jovem militante do MPLA Cláudio Dias dos Santos, pela iniciativa louvável de solicitar legitimamente um congresso extraordinário do partido.
Os estatutos do MPLA favorecem os jovens que solicitaram um congresso extraordinário, desde que haja a juntada de 150 mil assinaturas. Pelos vistos as assinaturas já existem, e as múltiplas razões coladas a carta endereçada ao presidente do MPLA são de todo verdadeiras e evidenciam tempos tenebrosos para João Lourenço na presidência do MPLA e da república.
O tiro desta vez partiu do núcleo juvenil inteligente no seio do MPLA.
Quero aqui alertar igualmente a oposição angolana para que entenda de uma vez por todas a realística dinâmica da política angolana. E entenda também que a comunicação da UNITA e da Frente Patriótica em relação ao núcleo juvenil é totalmente deficiente. Volto a afirmar, que em política não existem espaços vazios.
A comunicação da oposição com os jovens não funciona, porque ela não existe. A juventude classe alta e média não está com João Lourenço, ela poderia muito bem ter sido cooptada, caso as balizas da comunicação entre a oposição e os jovens funcionasse.
A iniciativa do jovem Cláudio Dias dos Santos é a prova disso, pois, obteve um estrondoso feedback da parte dos jovens politizados no seio do MPLA, que aliás, nunca se reviram em João Lourenço, eles são nossos filhos, sobrinhos e netos.
Que sirva de exemplo a oposição, e que aprenda em definitivo a ouvir as vozes ativas autorizadas de angolanos que têm aceitação pública no cenário político nacional.
Estamos juntos
Por Raúl Diniz