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Quarta, 25 Outubro 2023 14:24

Um apelo ao ensino da história de África em Angola

Durante a guerra de libertação contra o colonialismo português, vários países africanos estiveram ao lado dos angolanos.

A Organização da União Africana da altura (atual União Africana) não hesitou em contribuir para pôr fim à colonização de Angola.

Após a sua independência em 1975 e sob a presidência de José Eduardo dos Santos, o país sempre deu a impressão de estar de costas voltadas para o continente.

Raramente viajava dentro do continente. Isso não ajudava os angolanos a prestar uma atenção especial a tudo o que se passava em África.

Sentiam-se mais próximos dos portugueses do que dos africanos.

É preciso dizer que a sua participação nos encontros no continente foi muitas vezes tímida.

É de salientar que foi a organização da Taça das Nações Africanas que contribuiu, em grande medida, para a abertura do país e para a evolução das atitudes a favor do continente.

Foi uma oportunidade que marcou um ponto de viragem, que foi benéfico e deu início ao desaparecimento da maioria dos preconceitos sobre África.

Chegou o momento de retificar esta trajetória. O ensino da história de África seria um remédio eficaz, pelo que deveria ser generalizado e obrigatório a partir da escola primária.

É dever de cada angolano conhecer a história de África para se sentir mais africano e estar mais próximo dos cidadãos dos outros países africanos.

É possível falar de pan-africanismo sem conhecer a história do continente?

O Parlamento deveria debruçar-se sobre o assunto para corrigir rapidamente a situação. Também é desejável uma iniciativa presidencial. O governo deveria tomar medidas para melhorar a integração do país no continente.

Atualmente, há todas as razões para pensar que a diplomacia angolana em África sofre de falta de pessoas que conheçam a história africana. Com o tempo, Angola ganharia visibilidade e encontraria o seu devido lugar se o país invertesse gradualmente a situação.

Angola faz parte de África. Cabe, portanto, ao governo mostrar o caminho, sensibilizando os angolanos para o passado histórico do continente e fornecendo-lhes todos os instrumentos necessários para atingir esse objetivo.

Pody Mingiedi

Politólogo

Observatório & Análises da política angolana

Genebra, Suíça

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