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Domingo, 05 Junho 2022 22:50

Oposição ou situação: quem anda a denegrir as já convocadas eleições presidenciais/legislativas?

Quem me acompanha, há uns anos para cá, sabe como relativizo a importância das eleições, como solução mágica do problema angolano, sem que primeiro o poder político seja devolvido ao povo angolano, por um sério compromisso suprapartidário que não aconteceu, desde a nossa  independência nacional.

Por Marcolino Moco

 Isso mesmo o que defendi no recentemente acontecido “Congresso da Nação”, de carácter informal, em cuja organização participei, intervindo também no painel “Que Modelo de Estado?” sob o tema “Pela construção de um estado moderno e afro-angolano”.

Não quero com isso dizer que não valorizo as eleições. Até porque pode acontecer que um dia, quem sabe, com todos esses (mal atribuídos) poderes, venha a ser eleito para presidente de Angola alguém com uma visão verdadeiramente salvadora da Nação, elevando-se sobre os seus “interesses de pessoa” ou de chefe do seu partido. E que se transforme num “pequeno mandela” angolano.

Respondendo, agora, directamente à questão sobre quem anda a denegrir as eleições, culpa que o Presidente João Lourenço tem atribuído recorrentemente à oposição, nos últimos dias, nada mais injusto.

Quem transformou os meios de comunicação públicos em órgãos de propaganda barata de um partido, quem interfere na composição e decisões do Tribunal Constitucional (tribunal eleitoral) como temos visto, quem manda aprovar leis eleitorais tão fora dos padrões nacionais e regionais, quem sustenta um presidente da CNE tão contestado à vista desarmada de todos, despromove adversários e à “beiríssima” das eleições e promove o nascimento artificial de partidos aliados; este sim, está obviamente a denegrir as eleições, antes mesmo que elas tenham lugar.

E este “este” não pode ser a oposição que não tem poder algum. Se todos nós nacionais e estrangeiros vemos isso, como não saírem denegridas as eleições?

Claro que a SADC, a OUA, a EU, os EUA, o Brasil, Portugal, etc. etc. só as irão reconhecer como livres e justas por uma questão de pragmatismo diplomático.  Salvemos a seriedade destas eleições, desta vez, Senhor Presidente!

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