Se, por exemplo, houver fraude eleitoral, a favor do MPLA, nas eleições gerais de 2022, com a juíza presidente do Tribunal Constitucional que é "adepta" do MPLA, podíamos ter anulação das eleições para se realizar outras?
João Lourenço está a alimentar polémicas desnecessárias, do nosso ponto de vista.
Não percebemos as reais intenções dos quem têm aconselhado o PR a tomar decisões que colocam em xeque os seus próprios discursos ligados à transparência na gestão das instituições públicas, nem se o PR solicita informações ao SINSE e aos órgãos de investigação criminal para se acautelar uma possível nomeação/indicação de pessoas com antecedentes criminais, mas tudo indica que João Lourenço cava a cada dia o seu próprio buraco para a sua morte política. É só ver o que a RTP noticiou sobre a senhora em causa.
Se quiséssemos que este país passasse a ser normal - com instituições fortes e não com chefes que só mandam sem avaliar bem as suas decisões -, independentemente do partido que estivesse no poder, tínhamos de nomear/indicar para os tribunais, órgãos de investigação criminal e órgãos reguladores do Estado, como a ERCA, por exemplo, todos aqueles que mostrassem ser honesto e que não tivessem militância em nenhum partido político, para não favorecer grupos partidários em detrimento de outros, e que tivessem uma carreira sem antecedentes criminais para não defenderem criminosos.
Não é possível combater a corrupção quando quem tem competência e autoridade para julgar não tem autoridade moral para defender o Justo e a Justiça.
João Lourenço, com a indicação (que nos parece forçada, sem necessidade) da senhora Laurinda Jacinto Cardoso para o Tribunal Constitucional, embora tenha prometido, é verdade, chegar a 50% de mulheres nos órgãos, dá claramente sinais de retrocesso no que à transparência na gestão da coisa pública e combate à corrupção dizem respeito.
João Lourenço investe, no nosso entender, a cada dia, com tantos tiros no seu próprio pé que tem dado, para não ter autoridade moral para concorrer nas eleições gerais de 2022.
Talvez seja este o real objectivo!
Por Carlos Alberto