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Quinta, 27 Mai 2021 21:08

Por destino divino, na qual sou grato, ainda sou parte da História de Angola.

Acompanhei atentamente o discurso de sua excelência Sr presidente da República República João Manuel Gonçalves Lourenço, com um teor de desculpas e perdão as vítimas de 27 de Maio de 1977.

A intenção que se queria de estado, foi muito positiva, porém, e como praxe, não passou de mais um acto de cosmética e polimento.

como referi acima, sou prova viva dos assassinatos por parte da Defesa Civil armada pelo governo na altura dos meus ex-colegas Eng. Geremias Chitunda, Elias Salupeto Pena e Andalosi Alicerces Mango no princípio de janeiro de 1993.

Tempo depois dos resultados eleitorais de Setembro de 1992, e como fazíamos parte da equipa negocial na CCPM do lado da UNITA, chefiada pelo Eng. Salupeto e eu, como seu adjunto. Face a tenção, juntamo-nos ao vice-presidente Chitunda, isto no Bairro Miramar, onde residia parte da direção do partido.

No dia das escaramuças provocadas para a nossa extinção, saímos do bairro das embaixadas ( Miramar) com duas viaturas uma Toyota Cressida onde abordo estavam o vice presidente Chitunda  e eu ( Abel chivukuvuku), noutra viatura Mercedes-Benz Blindado os manos Salupeto Pena e o general Ben-Ben que nas cercanias da praça Roque Santeiro, distrito do Sambizanga, enquanto civis e em fuga para Caxito no sentido de garantir o bem maior,( Vida), indefesos, fomos atingidos mortalmente pela defesa Civil orientada e armada pelo governo na altura, o único militar por ser profissional e saiu da viatura ileso, foi o Ben-Ben, logo, os citados pelo chefe de estado, não foram mortos em COMBATE ,mas sim assassinados.

A desculpa e perdão perdeu o seu valor quando insistimos em reconstruir um país na base da mentira e hipocrisia.

A imagem abaixo não me orgulha, mas não tenho medo dela, porque retrata o meu testemunho vivo no hospital militar em Luanda janeiro de 1993, depois de atingido nos membros inferiores.

Os angolanos, povo tão generoso e que já perdoaram tudo e muito, não precisamos de que se repita a história, precisamos de novo rumo com princípios, verdade e desenvolvimento.

O vosso irmão.

Abel Chivucuvucu

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