A intenção que se queria de estado, foi muito positiva, porém, e como praxe, não passou de mais um acto de cosmética e polimento.
como referi acima, sou prova viva dos assassinatos por parte da Defesa Civil armada pelo governo na altura dos meus ex-colegas Eng. Geremias Chitunda, Elias Salupeto Pena e Andalosi Alicerces Mango no princípio de janeiro de 1993.
Tempo depois dos resultados eleitorais de Setembro de 1992, e como fazíamos parte da equipa negocial na CCPM do lado da UNITA, chefiada pelo Eng. Salupeto e eu, como seu adjunto. Face a tenção, juntamo-nos ao vice-presidente Chitunda, isto no Bairro Miramar, onde residia parte da direção do partido.
No dia das escaramuças provocadas para a nossa extinção, saímos do bairro das embaixadas ( Miramar) com duas viaturas uma Toyota Cressida onde abordo estavam o vice presidente Chitunda e eu ( Abel chivukuvuku), noutra viatura Mercedes-Benz Blindado os manos Salupeto Pena e o general Ben-Ben que nas cercanias da praça Roque Santeiro, distrito do Sambizanga, enquanto civis e em fuga para Caxito no sentido de garantir o bem maior,( Vida), indefesos, fomos atingidos mortalmente pela defesa Civil orientada e armada pelo governo na altura, o único militar por ser profissional e saiu da viatura ileso, foi o Ben-Ben, logo, os citados pelo chefe de estado, não foram mortos em COMBATE ,mas sim assassinados.
A desculpa e perdão perdeu o seu valor quando insistimos em reconstruir um país na base da mentira e hipocrisia.
A imagem abaixo não me orgulha, mas não tenho medo dela, porque retrata o meu testemunho vivo no hospital militar em Luanda janeiro de 1993, depois de atingido nos membros inferiores.
Os angolanos, povo tão generoso e que já perdoaram tudo e muito, não precisamos de que se repita a história, precisamos de novo rumo com princípios, verdade e desenvolvimento.
O vosso irmão.
Abel Chivucuvucu