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Sexta, 11 Outubro 2019 11:10

Tempo de militância versus capacidade política

Através das redes sociais pude ler e reler vários posts sobre as candidaturas ao cadeirão máximo do braço juvenil do MPLA. E depois do Bureau Político (BP) ter validado as candidaturas do jovem Domingos Betico e do Crispiniano dos Santos  para o cargo do 1° Secretário Nacional da JMPLA, o debate ficou mais aceso.

E percebi que há dois grupos: o primeiro grupo olha para o tempo de militância como a condição sine qua non para se ser o 1° Secretário Nacional da JMPLA, e o segundo grupo olha para a capacidade de fazer política ou capacidade política como um elemento fundamental.

Os apologista do tempo de militância entendem que o estar a bué (muito) de tempo numa organização juvenil ou num partido é tudo. E de outro lado os apologistas da capacidade de fazer política sendo o factor primordial entendem que, o ter o tempo de militância ou o estar a bué de tempo não é um indicador de que se é o mais capaz para se dirigir uma organização.

Ontem assistindo o jornal na TV Nzimbo vi depois no rodapé uma notícia que dizia que haveria um frente a frente entre o Jovem Crispiniano dos Santos e o Domingos Betico, bem embora estando os monandegues brincando. Fui obrigado a lhes orientar que se mantivessem em silêncio. Pois sabia que só ouvindo e vendo este frente a frente poderia ter uma posição sobre este aceso debate que envolve os dois candidatos ao cadeirão máximo da JMPLA.

Se não estou errado, aconteceu algo um pouco semelhante nos maninhos. Pois para o cadeirão máximo da JURA haviam candidaturas com craquejo de fazer política partidária, e não. Mas a questão do tempo de militância ao ser colocado na balança com a questão da capacidade política. Lá no congresso dos maninhos, o tempo de militância pesou mais e acabou mesmo dando um KO a capacidade política. Mas dias atrás pude assistir o mesmo no programa Debate livre da TV Nzimbo, só posso dizer o seguinte, dificilmente o partido dos maninhos o deixará ir num debate novamente...

Voltando a vaca fria, ao ouvir os dois candidatos ao cadeirão máximo da JMPLA, naqueles minutinhos pude ver e concluir quem está mais preparado para estar a frente desta organização juvenil olhando pela dinâmica actual. O jovem Crispiniano dos Santos tem mais tempo de militância que o Jovem Domingos Betico. Quer dizer, no que diz respeito ao tempo de militância, o Crispiniano está em vantagem. Mas no que diz respeito a capacidade política, a capacidade de esgrimir os argumentos, a capacidade de debater ou no debate político... aí o jovem Domingos Betico está em vantagem.

Então a questão que levanto é a seguinte: Os delegados ao congresso ordinário da JMPLA irão optar em eleger um candidato com tempo de militância, mas com insuficiências no diz respeito a capacidade política, ou irão optar em eleger um candidato embora não tenha muito tempo de militância, mas que tem a capacidade política.

Voltando no caso dos maninhos. Os maninhos hoje tem a frente do seu braço juvenil um jovem que embora tenha um tempo de militância, mas no que toca a capacidade de fazer política tem muitas debilidades, de igual modo como era o seu antecessor. E isso é um impeditivo para que os jovens mais esclarecidos possa aderir essa organização, principalmente nas zonas urbanas. Quer dizer, a incapacidade política de quem está a frente duma organização é um bloqueio ao desenvolvimento da mesma.

Então a JMPLA tendo um candidato com capacidade política, o mais sensato seria se optar pelo mesmo, pois deste modo a JMPLA teria um líder juvenil mais bem preparado para as batalhas políticas. E estaria em vantagem em relação a JURA. E nos frente a frente entre o Domingos Betico e o líder juvenil da JURA, o Domingos Betico sairia vencedor.

O tempo de militância não é sinônimo de capacidade política, e nem é sinônimo de fidelidade partidária.

Ao longo deste frente a frente entre os dois candidatos a liderança da JMPLA, o jornalista colocou ao Crispiniano dos Santos uma questão sobre a idade, dizendo que os estatutos da JMPLA tem como idade máxima para concorrer ao cadeirão máximo desta organização os trinta e cinco (35) anos de idade. E por mesmo ter trinta e quatro (34), estaria impossibilitado de concorrer no segundo mandato. Sobre esta questão digo o seguinte, mesmo respeitando estes estatutos. Mas entendo que a capacidade política também não resume na idade do indivíduo, e entendo que o ter trinta e cinco anos de idade não é sinônimo falta de jovialidade. E se o jovem Crispiniano dos Santos tivesse essa capacidade política, a qual sou apologista de que é o factor primordial que deve pesar na escolha de um dirigente, optaria em o mesmo para assumir o cadeirão máximo da JMPLA. E se o jovem Domingos Betico tivesse mais tempo de militância que o jovem Crispiniano dos Santos, mesmo sendo mais jovem que o Crispiniano, mas se não tivesse a capacidade política, diria que o mais preparado era o Crispiniano dos Santos.

Em suma, é essencial que na escolha de alguém que irá estar a frente duma organização... ter se em conta a capacidade política do militante e não o tempo de militância do mesmo. Pois o tempo de militância não é sinônimo de capacidade política e nem é sinônimo de fidelidade partidária.

Por Manuel Tandu

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