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Terça, 26 Novembro 2013 15:34

HRW apela à investigação dos incidentes na manifestação de sábado

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A Human Rights Watch (HRW) apelou esta terça-feira, 26 de Novembro, às autoridades angolanas para investigarem as prisões arbitrárias e o alegado uso de força excessiva na manifestação organizada pela UNITA no fim-de-semana passado.

No sábado, 23 de Novembro, elementos da Polícia de Intervenção Rápida de Angola efectuaram disparos para o ar e recorreram a gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes que participavam, de forma pacífica, no protesto em Luanda. A polícia deteve também 292 cidadãos em todo o país, que foram, posteriormente, colocados em liberdade.

A organização de defesa dos direitos humanos lembra que na véspera o Ministério do Interior tinha proibido a manifestação, convocada pela UNITA na sequência do sequestro e possível homicídio dos activistas Isaías Cassule e António Alves Kamulingue, desaparecidos desde Maio de 2012. A HRW recorda que um relatório interno do Governo, tornado público recentemente, indica que os ex-militares foram torturados e executados por elementos das forças de segurança.

«Os partidos da oposição e os activistas têm todo o direito de protestar pacificamente contra alegados assassinatos pelas forças de segurança e de exigir justiça», afirmou a directora-adjunta da HRW, Leslie Lefkow.

Em comunicado, a Human Rights Watch recomenda ainda as autoridades angolanas a investigarem o assassinato de um activista pela Unidade de Segurança Presidencial, na madrugada de sábado. Manuel Hilberto de Carvalho Ganga, de 28 anos, foi atingido por guardas prisionais depois de ter sido detido juntamente com outros militantes da CASA-CE quando afixavam cartazes alusivos aos casos Cassule e Kamulingue, nas imediações do Palácio Presidencial, «O Presidente deve proceder a uma investigação completa da sua guarda devido a este assassinato e levar à justiça todos os responsáveis, incluindo os oficiais», referiu Lefkow

De acordo com a organização não governamental, os recentes incidentes estão a provocar um aumento do descontentamento por parte da população. «O assassinato de um activista por parte de forças governamentais, assim como prisões em massa e a dispersão com gás lacrimogéneo de manifestantes pacíficos está a aumentar o descontentamento público», garantiu a directora-adjunta.

A Human Rights Watch assegura que desde Março de 2011 as autoridades angolanas têm vindo a recorrer a força desnecessária e excessiva, assim como a prisões arbitrárias, perseguição e intimidação daqueles que organizam, participam ou observam as manifestações contra o Governo.

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Last modified on Terça, 26 Novembro 2013 16:49